As empresas de pagamentos estão mirando suas atenções e produtos para o Android. Pelo menos é essa a ideia das companhias líderes do mercado, com maquinas de pagamentos (POS) “mais robustas”, com soluções que sejam mais sofisticadas no hardware e no software, e que ajudem em evoluções tecnológicas, como omnichannel e Internet das Coisas.
Um dos exemplos é a Verifone, uma empresa que produz máquinas de pagamento para o varejo e vem investindo em produtos com Android e tem o núcleo de seus negócios nos EUA, em Israel, além da América Latina. Seu gerente de produtos sênior, Bruno Pirtouscheg, ressaltou que a busca por mais ferramentas baseadas no software não significa que vão entrar neste ramo.

“A Verifone provê o hardware para as adquirentes e vai continuar assim. Nós queremos trazer mais parceiros (desenvolvedores) para o nosso ecossistema”, disse o executivo da empresa, que possui a máquina Carbon como solução de pagamento com Android. No Brasil, a Verifone já possui parceria com pelo menos dez softhouses e mais de 100 mundo afora.

Questionado se um dos motivos para  apresentar soluções mais robustas seria por ter rivais no mercado que oferecem soluções móveis (mPOS) de baixo custo, Pirtouscheg acredita que o foco dos vendedores de mPOS é outro, o microvendedor, enquanto empresas como a Verifone desejam acrescentar essas soluções com Android para o varejo.

Ecossistema

Um dos exemplos de fácil integração entre hardware e software é o ecossistema desenvolvido pela Cielo. Com mais de 80 aplicativos em sua plataforma de pagamento, a Lio, que também é baseada no Android, a companhia busca trazer soluções que auxiliam o consumidor no cotidiano. O aplicativo Backstage (Android, iOS, Cielo Store) da Ingresse é um dos casos. A companhia de venda de ingressos online para eventos que aderiu ao off-line com as máquinas da Cielo.

“Temos dois apps. O Backstage, que é para o cliente administrar seu negócio de vendas de ingressos para eventos; e o Ingresse, para o comprador direto. Na Lio, é usado o Backstage. Nós fornecemos a máquina para o evento e o nosso sistema para o evento, assim, temos duas fontes de receita: aluguel da máquina e porcentagem na bilheteria”, contou Luana da Silva Prestes, coordenadora de operações da Ingresse.

“O crescimento do ecossistema anda junto com a nossa solução (Lio)”, enfatizou Eduardo Prota, gerente da Cielo Store. “Nós apostamos nisso como a grande solução para os lojistas. Em especial para o pequeno varejo. Aquele cara que não tem condições de contratar uma TEF (Transferência Eletrônica de Fundos)”.

Fácil produção

Durante a feira Autocom 2018, nesta terça-feira, 3, outro tema que os executivos conversaram com Mobile Time foi a facilidade que o Android tem em relação a outros sistemas operacionais. Hernan Campero, vice-presidente de vendas e gerente geral da Newland na América Latina, frisou os diferenciais do OS do Google em relação ao Windows.

“Em comparação com o Windows, sistema que era usado até pelos programadores, o Android possui uma plataforma com custo muito baixo de desenvolvimento. E, por isso, fica muito mais fácil produzir para outros produtos de Internet das Coisas que precisam de larga escala de desenvolvimento e atualização”, explicou Campero. “Isso gera um segmento multiplataforma. O Android permite democratizar informações e trazer mais aplicações para empresas e lojistas, além de facilitar o dia a dia do cliente”.