Os brasileiros donos de smartphones estão dispostos a realizar compras através do aparelho, sejam de bens virtuais ou reais. 75,5% deles dizem que provavelmente ou com certeza farão compras por meio de dispositivos móveis (smartphones ou tablets) no futuro, revela uma pesquisa encomendada pela Pagtel e realizada pelo grupo Mobi.life/ E.life. "A compra de um bem virtual é a porta de entrada do m-commerce", comenta Felipe Lessa, diretor de marketing e produtos da Pagtel. Na fase qualitativa da pesquisa, foram identificados três tipos de experiências distintas de m-commerce: compra de bens virtuais; compras através de sites e apps de grandes varejistas; e compra de ingressos. "Nem sempre a experiência é 100% móvel. No caso de ingressos, geralmente eles precisam ser impressos", comenta o executivo. Dentre os entrevistados com 15 a 24 anos, 57% já realizaram alguma compra pelo celular ou tablet. E entre aqueles com 25 a 65 anos, o percentual é menor: 49%. Está incluída como m-commerce a compra remota de recarga para celular.
O consumidor brasileiro, embora disposto a comprar através de dispositivos móveis, ainda enxerga problemas no m-commerce. 38% dos entrevistados apontaram a usabilidade como a maior barreira para esse tipo de serviço, enquanto 25% reclamaram de segurança e 15,7%, do fato de não possuírem cartão de crédito para efetuar a transação. "Sobre usabilidade: às vezes o app trava, ou a Internet móvel não funciona, ou o site não está programado com design responsivo, ou os cadastros são longos demais. Tudo isso faz com que a experiência com m-commerce no Brasil ainda não seja muito positiva", lista Lessa.
Conteúdo móvel
A pesquisa também apurou as preferências dos usuários de smartphones no consumo de conteúdo móvel e notou diferenças de acordo com a faixa etária. Entre aqueles acima de 25 anos, é mais comum a leitura de jornais (71%) e revistas (80%) em dispositivos móveis. Entre os mais jovens, os percentuais são de 58% e 67%, respectivamente.
Quando se trata de filmes e séries, o público até 25 anos passa à frente: 61% assistem a filmes em dispositivos móveis e 57% assistem a séries. Entre os respondentes com mais de 25 anos esses percentuais caem para 53% e 40%, respectivamente.
A disposição a pagar por conteúdo móvel também difere de acordo com a idade. Entre os mais jovens, 61% dizem não gastar nada com conteúdo móvel. Entre os mais velhos, o percentual dos que resistem a pagar por conteúdo móvel cai para 51%.
Foram entrevistadas 530 pessoas de todas as idades e das classes A, B e C nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Brasília. 96% delas eram donas de smartphones e 52% possuíam tablets.