A utilização do WhatsApp para envio propaganda já começou no Brasil. Usuários paulistas receberam durante o último final de semana uma mensagem de propaganda do shopping D&D, de São Paulo, através do app de mensagens instantâneas. A informação foi passada para MOBILE TIME por um de seus leitores, que recebeu a propaganda em seu smartphone. Ele afirma nunca ter preenchido qualquer cadastro que autorizasse o shopping a enviar-lhe publicidade, o que caracterizaria a ação como spam. Há ainda um outro problema: os termos de uso do WhatsApp proíbem a utilização de serviços de envio automático de mensagens. Pelo contrato, o app deveria se restringir ao uso pessoal, não comercial. E a proibição de envio de spam está devidamente explicitada nos termos de uso. MOBILE TIME entrou em contato com a assessoria de imprensa do shopping, mas não recebeu resposta sobre o assunto até o momento.

A mensagem encaminhada continha uma imagem com dados da promoção "Bota Fora D&D", na qual as lojas do shopping estão oferecendo descontos especiais até o dia 10 de agosto. A imagem é exatamente a mesma exibida no site do shopping.

O remetente é um número com prefixo dos EUA (veja imagem abaixo), o que pode indicar o uso de algum serviço internacional de disparo de mensagens via WhatsApp. Por sinal, no mês passado, este noticiário relatou a existência de um serviço do gênero no Egito, contra o qual o próprio fundador do WhatsApp, Jan Koum, prometeu tomar providências legais.

Análise

Conforme o público brasileiro migra seu hábito de comunicação por texto do SMS para apps de mensagens instantâneas, estes se tornam alvos de spammers. O problema do SMS pirata, tão combatido pelos integradores homologados, agora passa para os desenvolvedores desses apps de comunicação. Com um agravante: é mais barato mandar mensagens por esses apps do que por SMS. Além de marcas, é provável que candidatos nas eleições deste ano adotem esse canal de comunicação para enviarem "santinhos virtuais" aos eleitores.