63% dos aplicativos Android disponíveis na Google Play dos EUA não poderiam ser usados por navegadores móveis por causa da falta de APIs específicas. É o que aponta um relatório da Vision Mobile que compara as vantagens e desvantagens do desenvolvimento em linguagem nativa ou em HTML5. Foram analisados cerca de 30 mil apps diferentes. As APIs que mais fazem falta em HTML5 são uma para WiFi e outra para gerenciamento de energia.

Uma das conclusões do relatório da Vision é de que se trata de um problema político: salvo raras exceções, como o Opera, todos os fornecedores de navegadores móveis também possuem sistemas operacionais nativos. É o caso da Apple, do Google, da Microsoft, da Blackberry etc. Aparentemente, não interessa a essas empresas dotar seus navegadores com todas as funcionalidades possíveis para o HTML5 se comunicar com o hardware dos smartphones, valorizando as soluções nativas, que precisam ser distribuídas pelas app stores, o que gera receita para tais companhias. Uma recomendação da Vision é que desenvolvedores se engajem coletivamente para pressionar o W3C pelo avanço na padronização de APIs do HTML5.

Números

Os desenvolvedores web não usam apenas os browsers para distribuir seus apps HTML5. Esse é o caminho preferido por 61% deles. Os outros 39% adotam outras três saídas: ferramentas para a criação de apps híbridos, como PhoneGap (27%); conversores de web para linguagem nativa, como Titanium (5%); e APIs nativos de JavaScript, como Firefox OS e Webworks (7%).

Considerando essas outras alternativas e as APIs nelas disponíves, a Vision apurou que 49% dos apps Android poderiam ser desenvolvidos com ferramentas híbridas; 63%, com conversores para linguagem nativa; e 98% com APIs nativos de JavaScript.

Pesquisa

A Vision Mobile está realizando uma pesquisa mundial com desenvolvedores móveis. MOBILE TIME apoia essa iniciativa e vai divulgar os resultados do levantamento em primeira mão, em 2014. A participação na pesquisa é gratuita e pode ser feita via web através deste link.