A start-up brasileira Testr acaba de lançar um serviço de identificação de bugs em apps, sites móveis e sites para desktop através de crowdsourcing: testadores são convidados a realizar um roteiro de tarefas para verificar se determinados processos de um aplicativo estão funcionando corretamente em seus smartphones. O cliente define o roteiro e o alvo (Android, iOS ou browsers específicos), e a Testr devolve em 24 horas um relatório com os resultados. Cada tarefa é executada por três testadores Se eles encontram algum bug, precisam descrevê-lo textualmente e comprová-lo por meio de uma impressão da tela – tudo isso é entregue no relatório devolvido ao cliente. O serviço é chamado de Testr QA. A sigla faz referência ao termo “quality assurance”, ou “garantia de qualidade”. O novo serviço complementa outro que a empresa já oferece, o Testr UX, que avalia a usabilidade de apps, sites móveis e sites na web.

A Testr tem hoje em sua base mais de 8 mil testadores cadastrados para os testes de usabilidade. Destes, cerca de 800 foram selecionados para participarem também dos testes de garantia de qualidade. Cabe destacar que os procedimentos são bem distintos quando comparados os dois testes. Na avaliação de UX, o testador e sua tela são filmados durante a realização do roteiro de tarefas, que pode levar 20 minutos ou mais. Em geral são testes feitos com pessoas de diferentes perfis culturais e sócio-econômicos, dependendo do público-alvo do app. No teste de QA o roteiro costuma ser mais curto, demorando poucos minutos para cada tarefa, e o perfil ideal de testador é de gente experiente com smartphone, para realizar o roteiro mais rapidamente.

Elisa Volpato, CPO e cofundadora do Testr, aponta dois tipos de profissionais que tendem a contratar o serviço: um de perfil mais técnico, como o CTO das empresas ou mesmo os profissionais internos de QA, e outro menos técnico, como os gestores de produtos. Ela ressalta, contudo, que a ideia do Testr QA não é substituir os testes automatizados, mas ser uma camada complementar a eles, podendo encontrar bugs que eventualmente passem despercebidos pelos robôs.

“O mercado de QA é mais maduro que o de UX. Então tem potencial grande de crescimento”, comenta Anderson Sales, CEO e cofundador da Testr.

Nos últimos três meses, 70% dos testes de UX feitos pela empresa tinham como alvos apps e sites responsivos. Volpato acredita que a proporção deva se manter no teste de QA.