O CEO da Motorola, Rick Osterloh, confirmou que a marca Motorola (também conhecida como Motorola Mobility) deixará de existir até o fim do ano. Embora os celulares, softwares e acessórios com a marca “Moto” (Moto G, Moto X, Moto Maxx, Moto Assist e Moto Hint) continuem a existir, a tendência é de unificação das duas marcas Lenovo e Moto, revelou Osterloh ao site Cnet.

A chinesa Lenovo comprou do Google a fabricante de smartphones por US$ 2,91 bilhões no começo de 2014. Dois anos antes, o gigante da internet mundial comprou a Motorola. Inicialmente atuando com operações independentes, no ano passado, uma reestruturação uniu as duas marcas dentro da divisão de mobilidade Mobile Business Group (MBG) com Osterloh em seu comando.

Desde então, a Lenovo realizou o avanço de sua marca chinesa através dos smartphones Lenovo Vibe, em especial nos países em desenvolvimento.  Para os próximos lançamentos, handsets como Moto X e Moto G devem receber o logo da Lenovo, mas o ícone da companhia “M” continuará a existir.

Algo similar aconteceu com a Nokia, que, após vender sua marca para a Microsoft também em 2014, viu seu nome ser retirado dos smartphones Lumia. No entanto, por uma clausula contratual, a marca Nokia deve voltar ao mercado de handsets em 2016.

Em nota enviada ao MOBILE TIME, a Motorola afirmou que continuará a existir como parte do grupo Lenovo, liderando as áreas de engenharia e design de todos os produtos móveis. E em sua "estratégia de marketing", a empresa seguirá globalmente com duas marcas em smartphones e wearables: Moto e Vibe.

"Há muito tempo, 'Moto' tem sido sinônimo de Motorola e, recentemente, passamos a enfatizar o 'Moto' como uma marca de produto, que representa e leva adiante a herança da Motorola como uma marca moderna e envolvente".

História

A Motorola foi pioneira no mercado de celulares. Em 3 de abril de 1973, eles apresentaram o protótipo do primeiro celular do mundo, o Motorola Dynatac. Mas apenas dez anos depois o aparelho foi liberado pelo FCC para uso. E apenas em 1984 o celular foi às lojas por US$ 3,9 mil.

A empresa ainda teve sucesso na década de 1990 com smartphones como Ultratac, Startac, e posteriormente nos começos dos anos 2000 com os celulares V3. Mas perdeu força no final da década com a chegada do smartphones da HTC, Apple, Samsung e Apple. Em 2012 foi comprada pelo Google, interessado sobretudo em suas patentes e laboratórios de inovação.

Volta ao topo

A marca voltou ao mercado com sucessos como os smartphones Droid e Razr, mas apenas com os celulares Moto X e Moto G, a companhia voltou ao gosto dos usuários. Com preço justo – entre US$ 100 e US$ 300, algo que antes era considerado um valor de entrada – e configuração mediana, o Moto G tornou-se em 2014 o celular mais vendido do Brasil.

O resultado ajudou Motorola e Lenovo a aumentarem sua participação no mercado nacional em 18%, segundo a IDC. Além de mudar o cenário da popularização dos smartphones no País, com seus rivais precisando lançar celulares compatíveis ao gosto e às necessidades móveis do brasileiro.