A Algar Telecom realizou o teste de uma solução de pagamento móvel através da tecnologia Unstructed Supplementary Service Data (USSD), que usa um canal de voz dos aparelhos para a troca de mensagens. Ao contrário do SMS, a tecnologia cria um canal de comunicação em tempo real entre o celular e o servidor da aplicação e as mensagens não podem ser armazenadas nem repassadas.

Segundo a coordenadora de produtos Zaima Milazo, o resultado foi “tecnicamente excelente”. A vantagem da tecnologia é que ela é nativa em quase 100% dos aparelhos GSM.

A empresa utilizou 80 clientes e 20 estabelecimentos comerciais. No teste, o cliente (que tinha uma “conta bancária” virtual na Algar) envia uma mensagem para o servidor da operadora, que valida as informações do aparelho e estabelece a conexão. Depois disso, o cliente deve informar o valor da compra e o número do telefone do comerciante, que receberá uma mensagem com os dados da venda e deverá validá-la.

Zaima explica que a taxa cobrada pela Algar foi de 2% e que em 72 horas a quantia já estava na conta do comerciante. A solução, para a executiva, pode ser uma alternativa mais barata ao cartão de crédito, cujas taxas, segundo ela, são mais elevadas. O objetivo foi verificar o comportamento da tecnologia. Neste primeiro momento, a ideia não era entrar no modelo de negócio, mas foi identificado, por exemplo, um certo desconforto dos comerciantes no fato de serem os clientes que iniciam o processo e informam o valor da venda. Esse processo pode ser alterado, ela explica. Ou seja, pode-se adotar o mesmo procedimento do cartão de crédito, em que o dono do estabelecimento é quem informa o valor da transação.

A entrada em operação de uma solução de pagamento móvel, segundo ela, depende da aprovação pelo Congresso Nacional de uma lei que vai definir, por exemplo, qual o imposto que deve incidir sobre a transação. Se a solução for entendida como telecom e o imposto for o ICMS, Zaima afirma que não há modelo de negócio viável. Segundo a executiva, o Ministério das Comunicações chegou a formar um grupo de trabalho junto com a Anatel, as operadoras e representantes do setor bancário para discutir o assunto. O Banco Central havia prometido apresentar uma proposta de Medida Provisória ao Congresso no início de 2013.