A Samsung não cobrará nenhuma taxa dos bancos brasileiros pelas transações realizadas em seu serviço de pagamento móvel, o Samsung Pay, cujo lançamento está previsto para acontecer no País antes das Olimpíadas. Trata-se da mesma estratégia adotada pela empresa nos outros mercados onde o sistema está em operação, como a Coreia do Sul e os EUA. Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itáu Unibanco e Santander já firmaram acordo para aceitar pagamentos com Samsung Pay no Brasil com seus cartões de crédito e de débito.

A isenção de cobrança de taxa aos bancos tem como objetivo estimular a utilização do Samsung Pay e se diferenciar da rival Apple, que cobra dos bancos nos EUA uma taxa de 0,15% sobre o valor de cada transação realizada. Vale lembrar que não haverá qualquer cobrança de taxa extra dos consumidores ou dos lojistas pelo uso do Samsung Pay. A gratuidade para os bancos, contudo, será temporária. Em algum momento no futuro, dependendo da aceitação do serviço no Brasil, a questão poderá ser rediscutida.

O Samsung Pay permite utilizar smartphones da Samsung no lugar dos cartões de plástico para pagamentos presenciais. O consumidor precisa cadastrar o seu cartão dentro do app do serviço. A comunicação entre o smartphone e a máquina de POS do lojista é feita aproximando os dois aparelhos no momento da compra. O Samsung Pay utiliza duas tecnologias de comunicação por aproximação: NFC e MST (Magnetic Secure Transmission). Esta última simula uma transação de cartão com tarja magnética, o que na prática faz com que o serviço seja aceito em praticamente todas as máquinas de POS, não apenas aquelas dotadas de NFC. A senha é substituída pela digital do usuário, aproveitando o leitor de digital presente nos smartphones topo de linha da Samsung. O serviço, quando for lançado, será compatível com os seguintes aparelhos da fabricante sul-coreana: Galaxy Note 5, Galaxy A5 (2016), Galaxy A7 (2016), Galaxy S6 edge+, Galaxy S7 e Galaxy S7 edge.

Em fevereiro passado, a empresa anunciou ter alcançado 5 milhões de usuários cadastrados no dois primeiros mercados onde está operando: Coreia do Sul e EUA. Até o fim deste ano, o serviço será lançado nos seguintes países: Brasil, China, Austrália, Canadá, Espanha, Reino Unido e Cingapura.

Apple Pay

É esperado que a Apple acelere o processo para trazer o Apple Pay para o Brasil depois da chegada do rival Samsung Pay, acreditam fontes do mercado. Já houve conversas no passado com os bancos locais, mas não se chegou a um acordo. Entre as razões para o serviço de pagamento móvel da fabricante do iPhone não ter sido lançado ainda no País está a insistência da empresa em cobrar uma taxa dos bancos, além de algumas preocupações por parte das instituições financeiras em relação à segurança, especialmente no que diz respeito ao processo de cadastramento dos cartões.

A entrada da Samsung deve fazer com que a Apple reveja sua estratégia de cobrança de taxas pelo Apple Pay aqui. Por sinal, é sabido que na China e na Inglaterra os bancos locais conseguiram que o serviço fosse lançado com taxas abaixo dos 0,15% cobrados nos EUA.