A próxima tendência no aquecido mercado de mPOS (acessórios de leitura de cartão que se conectam a smartphones) de chip e senha será o lançamento de modelos com entrada para SIMcard, para conexão direta à rede móvel, sem precisar mais se parear com um smartphone. As primeiras versões com essa característica chegarão ao mercado brasileiro ainda este ano fornecidas pela Pax, fabricante chinesa que começa agora a produzir em Manaus e que atende a empresas como PagSeguro, Cielo e Payleven.

A demanda por leitores de cartão com conexão móvel direta traz as seguintes vantagens: 1) reduz o custo de acesso ao serviço, pois retira a necessidade de posse de um smartphone, o que ainda é uma barreira para certos vendedores informais de menor renda; 2) simplifica o processo, pois dispensa o pareamento entre o leitor e o smartphone via Bluetooth, além de ser um aparelho a menos para gerir o consumo de bateria ao longo do dia. "Praticamente todos os provedores de serviço de mPOS vão lançar esse aparelho", garante o CEO da Pax no Brasil, Gilberto Novaes.

Na prática, o leitor de mPOS ficará independente do smartphone e se transformará em uma versão mais compacta e leve daquelas máquinas portáveis de mPOS usadas em restaurantes e postos de gasolina. Além do tamanho reduzido, trarão a vantagem do modelo de negócios dos provedores de mPOS: venda parcelada do aparelho em vez de cobrança de aluguel. A concorrência cada vez mais direta entre os dois tipos de máquinas e de modelos de negócios para os lojistas está provocando efeitos no mercado: estima-se que em 2019 quase a metade do parque de terminais de POS no mundo será composta por aparelhos de mPOS, o que inclui tanto os de leitura de tarja, como o Square, quanto aqueles de chip e senha, sejam Bluetooth ou independentes (com linha móvel embutida).

Análise

O que não está claro, ainda, é como será feita a gestão da linha móvel embutida no leitor de mPOS, o que depende de uma decisão estratégica dos provedors de serviço de mPOS. A gestão da linha ficará a cargo do comerciante que comprar a máquina? Ou sob a responsabilidade do provedor do sistema de pagamento, que embutirá de alguma forma esse custo na taxa cobrada por transação? A segunda opção parece fazer mais sentido, se a ideia for justamente simplificar o processo para o comerciante. Seria algo similar ao que faz, por exemplo, a Amazon com o Kindle: há uma linha móvel embutida, mas o consumidor nem precisa saber disso, pois quem paga a conta para as operadoras celulares é a Amazon.