As aplicações para realidade virtual (VR) dependem de alguns cuidados no desenvolvimento para ter sucesso no setor. É o que explica Christian von Bock, CEO da Solid White, uma das principais agências do mundo especializadas em criação de conteúdo para VR.

“É preciso ter muito cuidado com a sincronização (movimentos e ação) em um conteúdo VR. Por exemplo, se você está jogando um game de tiro (FPS) e tem um pequeno lag, ninguém reclama. Agora, se o tiro sai fora da mira ou sequer sai da arma quando aperta o gatilho, daí atrapalha a experiência do usuário”, explicou o executivo em conversa com Mobile Time. “Além disso, a forma como o software se comunica com o usuário também é igualmente importante. Tem que funcionar no tempo certo com ação e resposta”.

Ele frisa que para conseguir essas soluções é preciso ter uma equipe multitarefa, isso se considerar o desenvolvimento de aplicações para indústrias e empresas, como designers e engenheiros. No geral, para formar um estúdio que produz este tipo de conteúdo é necessário um designer de comunicação, com experiência em 3D; um analista de usabilidade; um designer de interação, especialista em C#, outro profissional para Unity 3D e um produtor.

Oportunidades

Olhando pelo lado de soluções que a realidade virtual vem criando, von Bock fala com mais entusiasmo dos espaços virtuais, os locais que as empresas utilizam para expor suas marcas e produtos. Para o CEO da Solid White, essa solução  ainda é pouco utilizada: “Os espaços virtuais são reais. Vocês têm áudio, visão, experiência, uma oportunidade ótima, mas não usamos.Tivemos uma experiência similar no passado, com o Second Life da IBM, mas não deu certo”.

Com trabalhos em VR e AR feitos para marcas como Head, Mercedes-Benz, Airbus, Comissão da União Europeia, o executivo frisa que VR está em seu melhor momento, pois o consumidor já consegue usar a tecnologia sem sentir fricções. E, como a tecnologia está avançada, o momento agora é para a criação. “O conteúdo está virando rei de novo”.