O custo médio do Megabyte na navegação móvel no Brasil caiu 79% desde 2010, baixando de R$ 0,14 para R$ 0,03 em 2014. E deve chegar a R$ 0,02 este ano. No mesmo intervalo de tempo, o tráfego médio por usuário móvel subirá dez vezes, de 43 MB/mês para 430 MB/mês. Paralelamente, a receita média das operadoras celulares brasileiras com dados por usuário por mês (ARPU de dados) crescerá 73%, de R$ 6,2 para R$ 10,7 (previsão para este ano). Os números foram apresentados pelo diretor de produtos móveis da Oi, Roberto Guenzburger, durante o Mobile 360, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 13.

Análise

A queda do preço por MB é natural com a evolução das redes, que oferecem velocidades maiores e uma utilização cada vez mais eficiente do espectro. Obviamente, há também o fator da competição entre as teles.

O aumento do tráfego, por sua vez, é puxado, notoriamente, pela popularização dos smartphones e de aplicativos móveis, como Netflix, WhatsApp, Facebook e afins.

O fato de a receita de dados estar crescendo é, sem dúvida, uma boa notícia para as teles. Porém, falta um dado importante nessa equação: o investimento necessário em rede para dar conta de todo esse crescimento no tráfego. As operadoras vêm investindo massivamente em redes 4G, isso sem falar na compra de espectro.

Para melhorar o balanço das teles, especialistas recomendam que seja acelerada a migração dos usuários 3G para 4G, cuja rede é mais eficiente, com um custo mais baixo de operação e transporte de dados. O problema é que os preços dos smartphones 4G ainda são altos no Brasil. Os mais baratos estão em torno de US$ 200, enquanto na China já são vendidos abaixo de US$ 100. Essa é, no momento, uma das principais demandas das teles.