O Muve, serviço de download ilimitado de música para telefones celulares, planeja se expandir pela América Latina. De origem norte-americana, o Muve chegou no mês passado ao Brasil, por meio da TIM, com o nome de TIMmusic, e agora quer se espalhar para outros mercados latinos. À frente do projeto está a executiva brasileira Mariana Ferreira, contratada como gerente de expansão para América Latina.

"A Ásia é um mercado fechado e com muita pirataria. A Europa está saturada e a África ainda não está preparada", analisa Mariana, para explicar a opção pela América Latina. Outra razão é a predominância de usuários pré-pagos na região, segmento no qual o Muve se especializou.

O mercado de telefonia móvel na América Latina é basicamente dividido entre os grupos América Móvil e Telefônica, tendo como exceções algumas teles independentes, como Oi, Entel, Tigo etc. No Brasil, que representa quase metade de todo esse mercado, a escolha pela TIM aparentemente selaria o futuro do Muve, ficando restrito a teles independentes nos demais países. Mariana, contudo, discorda. Ela entende que nada impediria um grupo como a Telefônica de adotar o Muve em suas operações fora do Brasil. No caso da América Móvil é mais complicado, porque o grupo mexicano já tem uma plataforma de música pan-regional, a Ideiasmusik.

Histórico

O Muve nasceu como parte da oferta da Cricket Wireless, uma operadora celular que atua no sul dos EUA e que trabalha unicamente com um plano pré-pago com gasto fixo mensal, similar aos planos "controle" praticados no Brasil. O Muve é parte integrante do pacote e funciona como um diferencial da Cricket: o cliente paga um preço fixo por mês e tem direito a voz, dados, SMS e download ilimitado de música. Atualização: A Cricket possui no momento 5,3 milhões de assinantes, dos quais 1,4 milhão acessam o Muve.

O Muve foi desenvolvido para ser um serviço móvel, ou seja, consumido em smartphones. Por isso, em vez de streaming, que pode afetar as redes das operadoras, utiliza o sistema de download. Mas os arquivos baixados só podem ser escutados por dentro do aplicativo do Muve e somente enquanto o cliente estiver adimplente. Por enquanto, o app existe apenas para alguns modelos de smartphones Android, mas no segundo semestre virá a versão para iPhone. "O foco é grande em Androids dual-SIMcard, por causa do mercado pré-pago", explica Mariana.

O Muve pretende ser um diferencial positivo para as operadoras que o lançarem, como acontece na Cricket Wireless. No Brasil, em razão do tamanho da base da TIM, Mariana diz que não ficaria surpresa se dentro de um ano a quantidade de usuários por aqui superar a base nos EUA. Isso dará ainda mais relevância à estratégia de internacionalização do Muve, que hoje funciona como uma empresa do grupo LeapWireless International, o mesmo da Cricket.

Tela Viva Móvel

O diretor de Internet, VAS e handsets da TIM Brasil, Fábio Cristilli, falará sobre o TIMmusic no painel "A música nas ondas do celular", que acontecerá na quinta-feira, 16, no Tela Viva Móvel, seminário organizado pela Converge Comunicações no centro de convenções Frei Caneca, em São Paulo. Do mesmo painel participarão Claudio Vargas, vice-presidente da Sony; Paulo Lima, CEO do iMusica; e Mathieu Le Roux, diretor geral da Deezer na América Latina. Para maiores informações sobre o evento e inscrições, acesse www.telavivamovel.com.br