Atualmente, ter um aplicativo de celular ou de tablet virou uma oportunidade de mercado. Muitos pensam que basta você ter uma ideia, levá-la para o mundo da mobilidade e, pronto, em pouco tempo você estará colhendo os frutos e os lucros. Apps de sucesso não faltam: o Waze, de trânsito, e o Whatsapp, de mensagens, são bons exemplos.

Contudo, a maioria dos clientes que deseja criar um aplicativo não conhece as etapas desse trabalho. Esse desconhecimento resulta em vários problemas, que vão desde o encarecimento do produto final até a desistência de uma boa ideia.

Antes de destacar quais são os pontos mais importantes na criação de um App, vale ressaltar que são poucos os que realmente conseguem fazer a diferença no mercado. Uma pesquisa realizada em 2014 com cerca de 10 mil desenvolvedores de aplicativos indicou que apenas 2% dos criadores ganham mais de 100 mil dólares por mês, sendo que a maioria das criações é de jogos. Sendo assim, ao se analisar o mercado, vemos que é fundamental saber o caminho das pedras na hora de se criar um app, garantindo otimização de recursos, de energia e de tempo.

Além das etapas óbvias, como a ideia, o orçamento e a execução, há muitos detalhes que devem ser pensados para a criação do aplicativo: é necessário determinar quais serão todas as telas do app e como funcionará cada uma, incluindo campos de texto, botões, imagens e outros componentes. Em outras palavras, assim como antes de construir uma casa é necessário fazer um projeto, também é necessário fazer um projeto detalhado do app. No caso de sistemas complexos, é adequado que também se faça um protótipo navegável para testar a sua usabilidade. Isso é importante porque, depois de iniciada a programação, fazer mudanças passa a ser um processo demorado e caro. É sempre melhor mudar e testar as suas ideias ainda na fase de projeto e depois programar de uma vez da melhor forma possível.

Outro ponto fundamental, no qual os clientes raramente pensam, é a produção e inserção do conteúdo. Qualquer aplicativo que trabalha informações para o usuário precisa de um banco de dados. Já tive casos, por exemplo, onde se queria criar um app que permitisse localizar lojas que vendessem materiais de construção, mas o idealizador em momento algum procurou saber onde estão esses dados ou como inseri-los no App. Quando for criar um aplicativo, o idealizador precisa pensar como fará essa atualização do banco de dados e onde buscará as informações necessárias. Frequentemente é necessário contratar uma pessoa somente para alimentar e atualizar os dados.

Falando em atualização, chegamos a outro ponto que precisa ser levado em conta e acaba sendo esquecido: a avaliação do uso. Muitos pensam que, depois de pronto, o trabalho está encerrado. Muito pelo contrário. Acompanhar o dia a dia do aplicativo é fundamental, pois com essa análise é possível saber o que melhorar, o que mudar, o que suprimir. Por exemplo, se o aplicativo tem uma funcionalidade que está sendo mais utilizada do que outra, vale mais a pena ao idealizador investir nela, melhorá-la, garantindo que seu App esteja sempre em consonância com o mercado. Às vezes, investe-se muito tempo criando funcionalidades que, depois da publicação, ninguém usa. O conselho é sempre implementar um sistema de métricas nos aplicativos (como o Google Analytics), para poder saber como seus usuários usam o App e tomar decisões baseadas em dados reais de uso.

Fazer um aplicativo para celular ou tablet não é tão simples quanto parece. Há muitas etapas e processos, que se não forem conhecidos vão atrapalhar no resultado. Uma boa ideia é apenas o primeiro passo. Os demais virão com o andamento do seu projeto, que, esperamos, seja mais fácil agora, uma vez que sabemos o que é preciso fazer. Inclusive recomenda-se buscar ajuda de especialistas, empresas que tem experiência em todas as áreas necessárias: projeto, estudo de usabilidade, estudo de mercado, design, programação, mas também análise de uso, marketing e manutenção.