O Freelancer.com é um site nascido na Austrália mas com atuação global que desde 2009 conecta empresas a freelancers para a prestação de serviços pontuais nas mais diversas áreas, como desenvolvimento de sites, design gráfico e edição de textos. Com quase 11 milhões de usuários cadastrados (cerca de 85% deles são freelancers e 15% são contratantes) e 5,8 milhões de projetos publicados até o momento, o Freelancer.com viu no último ano o tráfego ao seu site via dispositivos móveis aumentar 297% em page views, representando agora 15% do total. Diante disso, lançou na semana passada um aplicativo para Android, através do qual os freelancers cadastrados podem acompanhar as ofertas de trabalho para a suas especialidades, enviar propostas e se comunicar com os contratantes, por meio de um chat interno. Em apenas uma semana houve 8 mil downloads. A versão para iOS virá até o fim do ano.

Segundo Sebastián Siseles, diretor do Freelancer.com para América Latina, 80% dos projetos publicados são "fechados", ou seja, encontram um realizador, nas primeiras 24 horas. Em alguns casos isso pode acontecer em uma ou duas horas apenas. A rapidez com que as negociações estão acontecendo levaram a empresa a criar o app móvel, para que os freelancers possam acompanhar de qualquer lugar e a qualquer momento as propostas que surgem e, pelo próprio smartphone, responder com sugestões de preço e prazo de entrega.

Geralmente são empreendedores e executivos de pequenas e médias empresas que recorrem ao Freelancers.com em busca de profissionais ágeis e baratos para a realização de projetos, que podem ser desde a criação de uma logomarca até a construção de um site web ou um aplicativo móvel – por sinal, no fim da manhã desta quarta-feira, 16, havia disponíveis na plataforma 570 projetos de desenvolvimento de apps em Android, 509 para iOS, 33 para Windows Phone e 31 para BlackBerry. Há 12 categorias diferentes de serviços, sempre relacionados a trabalhos que podem ser feitos remotamente a partir de um computador. O contratante pode definir uma faixa de preço e um prazo para a realização do projeto. É importante que ele saiba descrever com detalhes o que deseja, para evitar mal entendidos. Em seguida, os freelancers interessados enviam propostas com preço e prazo. O contratante escolhe a oferta que melhor lhe convier e o projeto então deixa de ser exibido publicamente. O pagamento é feito adiantado e fica sob a custódia do Freelancer.com. O profissional só recebe efetivamente o dinheiro depois que o contratante comunica à plataforma que o projeto foi concluído a contento. Toda a comunicação entre as partes é feita dentro da plataforma e serve de prova em caso de alguma disputa, processo no qual a Freelancer.com atua como árbitro para decidir quem tem razão. A transferência de valores para os profissionais pode ser feita diretamente para sua conta bancária, ou via PayPal, ou ficar como crédito dentro da plataforma Freelancer.com, para uso futuro.

Modelo de negócios

O Freelancer.com cobra uma comissão do empreendedor que varia de 0% a 3% sobre o valor do projeto e também uma comissão do freelancer, que varia entre 3% a 10%. As taxas mais baratas são praticadas para aqueles usuários (freelancers ou empresas) que usam a versão premium da plataforma e pagam uma mensalidade, o que vale a pena para quem faz uso frequente do portal. As taxas mais caras são cobradas de quem faz uso eventual e gratuito da plataforma. A empresa não divulga o tamanho da base de usuários premium, mas revela que a soma dos valores dos 5,8 milhões de projetos publicados até agora é de US$ 1,5 bilhão.

Brasil

O Brasil é o principal mercado do Freelancer.com na América Latina. Há 150,5 mil usuários cadastrados no País, dos quais 11,2 mil são empreendedores. Até o momento, os projetos realizados por freelancers brasileiros somam mais de US$ 1,2 milhão. Nos últimos 12 meses, empresas brasileiras publicaram 14,6 mil projetos no portal. Quem mais contrata os freelancers brasileiros são empresas dos EUA, do Brasil e do Reino Unido, nesta ordem. "Isso prova que brasileiros contratam brasileiros", diz Siseles. A maior demanda no País é por serviços de desenvolvimento em PHP e HTML, assim como traduções e desenho gráfico.