A crise econômica e a alta do desemprego estão levando mais brasileiros a empreenderem. Como consequência, cresce a procura por soluções de mPOS, que permitem o recebimento de pagamentos com cartões de crédito e débito usando o smartphone como máquina de POS. A SumUp, uma das empresas que presta esse serviço no Brasil, sentiu esse reflexo em sua base de clientes, que triplicou ao longo deste ano, alcançando agora 260 mil usuários. E a velocidade de crescimento segue alta: entre 20 e 25 mil são adicionados por mês. Por outro lado, a crise gera outro efeito: o tíquete médio das transações registradas em sua plataforma caiu 25% nos últimos 12 meses, passando de R$ 440 para R$ 350.

"Nosso foco está totalmente no microempreendedor individual. É a tia do bolo, o personal trainer etc. Uma pesquisa que realizamos em agosto revelou que 73% dos nossos clientes acabaram de começar ou estão começando um negócio. Para a gente, combater o churn significa muito mais combater  a mortalidade do negócio do nosso cliente do que qualquer outra coisa. Por isso nos aproximamos do Sebrae para oferecemos cursos à distância e treinamento para os nossos clientes", relata Igor Marchesini, diretor da SumUp no Brasil.

Hoje, 41% da base trabalha sozinho como fonte principal de renda: é o caso de taxistas, cabeleireiros, vendedoras da Natura etc. Outros 41% usam o serviço em uma atividade nas horas vagas que complementa sua renda mensal. Por fim, 15% têm até cinco funcionários. Em média, os usuário da SumUp realizam seis transações por mês através do sistema de mPOS.

Parceria com Stone e cartão próprio

Recentemente, a SumUp fechou uma parceria com a rede de adquirência Stone: esta indica a SumUp quando é procurada por clientes que são pessoas físicas, e a SumUp direciona para a Stone quando seus clientes começam a ganhar porte e precisam de uma solução de adquirência com taxas menores.

A companhia planeja para o primeiro trimestre do ano que vem o lançamento de um cartão de débito próprio, seguindo o mesmo caminho trilhado por alguns dos seus concorrentes. Segundo Marchesini, os maiores interessados nessa novidade são aqueles clientes que estão negativados no Serasa ou estão com dívidas bancárias e precisam de uma alternativa para receberem seus pagamentos.

Mídia

Várias empresas de mPOS já recorreram à mídia de massa para divulgarem seus serviços. Foi o caso da iZettle, em parceria com o Santander, da PagSeguro e da Payleven. A SumUp, porém, ainda não adotou essa estratégia e não vê problema nisso. Marchesini lembra que hoje existem apenas cerca de 1 milhão de usuários de mPOS no Brasil, o que é uma parcela ínfima do potencial total, que giraria em torno de 35 milhões. "Concorrência não atrapalha, só ajuda. Quanto mais grana gastarem na Globo ou na Band, melhor. Mas para a gente não chegou a hora ainda. Estamos com uma estratégia bem mais segmentada. Talvez ano que vem testemos TV fechada ou outras mídias mais pontuais que nos permitam medir o retorno", diz o executivo.

Hoje, mais de um terço da base da companhia veio por conta do boca a boca. Marceshini confia na qualidade do seu atendimento, na baixa taxa cobrada para o pagamento parcelado adiantado (1,5% por parcela) e na oferta de opções diferenciadas, como o recebimento parcelado.