Uma das principais aplicações dos chatbots estará em serviços de comércio dentro de comunicadores instantâneos, chamado lá fora como "conversational commerce". Para medir a receptividade dos brasileiros a essa nova modalidade de compras, a Movile criou um serviço chamado Resolve Chat, que ficou em operação por cerca de um ano e foi recentemente descontinuado. Era um app para Android e iOS que tinha seu próprio sistema de bate-papo, através do qual os usuários faziam seus pedidos. Ele não funcionava com robôs, mas com um atendimento 100% humano. De qualquer forma, serviu de laboratório para os futuros serviços de comércio em bate-papo que a empresa lançará com chatbots, explica Andreas Blazoudakis, vice-presidente de inovação da Movile.

O Resolve Chat era uma espécie de concierge de compras. Através do bate-papo, os usuários podiam requerer a compra e a entrega de qualquer coisa para aquele mesmo dia. Houve gente pedindo desde caixa de bombom até um pônei para uma festa infantil, passando pela entrega de uma chuteira que havia sido esquecida em casa. "Montamos uma festa de aniversário infantil em apenas três horas, com balão, bolo e fantasia", lembra o executivo. Isso sem falar em inúmeras entregas de café do Starbucks, porque a rede de cafeterias não conta com delivery próprio. "A gente queria aprender. E a melhor forma de entender o que o mercado quer é lançar um serviço totalmente aberto", explica Blazoudakis.

O serviço era integrado aos motoboys do Rapiddo e atendia somente em São Paulo. Havia uma consumação mínima de R$ 89 por mês. O frete tinha custo fixo: R$ 15. Em seu curto período de vida, o Resolve Chat acumulou 20 mil downloads, dos quais 50% eram ativos (enviaram pelo menos uma mensagem) e 5% se converteram em assinantes. O serviço realizou 10 mil atendimentos.

Esta é mais uma matéria da série de chatbots iniciada na semana passada por MOBILE TIME. Os links para as demais matérias publicadas até agora estão listados abaixo.