As redes móveis estão caminhando para atingir velocidades de 1 Gbps, similares àquelas obtidas em redes de fibra ótica. Isso será possível na quinta geração (5G), ou mesmo com adaptações no 4G, agregando-se, por exemplo, faixas não licenciadas, como a de 5 GHz, usada hoje pelo Wi-Fi. Além de permitir aplicações como streaming de vídeo em 4K ou de vídeo em 360 graus, velocidades acima de 1 Gbps, se aliadas à baixa latência, com menos de 1 ms, trarão várias consequências para a indústria móvel. Uma delas será o fim da necessidade de memória local, ou seja, no smartphone, já que qualquer conteúdo poderá ser obtido instantaneamente na nuvem, prevê o presidente da Qualcomm para a América Latina, Rafael Steinhauser.

"Seremos a sociedade do Gigabit. Tudo acontecerá na nuvem", diz. "Os pilares do 5G são alta velocidade, baixa latência e massificação da conexão. Com isso, garantimos até o atendimento a serviços de missão crítica, como cirurgias remotas e carros autônomos. O cabo se tornará obsoleto", afirma.

A definição de 5G ainda está sendo padronizada por órgãos internacionais, mas enquanto isso não acontece, Steinhauser sugere que as operadoras sigam desenvolvendo o 4G, pois vai pavimentar o caminho para a próxima geração das redes móveis. Entre as novas funcionalidades possíveis de serem implementadas nas redes 4G atuais, o executivo cita quatro: voz sobre LTE (VoLTE), broadcast sobre LTE, LTE em frequências não licenciadas (LTE-U) e agregação de portadoras. Todas já estão sendo testadas e algumas até implementadas em operadoras brasileiras. "O caminho mais rápido para o 5G é avançar no 4G", resume.