O reconhecimento das digitais, do rosto ou da íris são as formas mais conhecidas de autenticação biométrica. Os correntistas do Bradesco, porém, estão acostumados com uma diferente, através da leitura do fluxo sanguíneo nas veias da palma da mão. A tecnologia foi inventada pela Fujitsu, que agora quer levá-la para o setor de saúde no Brasil, diz o gerente de contas da empresa, Leonardo Soares.

Uma das vantagens da Palm Secure, como é batizada essa tecnologia, está no fato de ela não poder ser falsificada, porque os dados estão dentro do corpo do usuário, ao contrário da digital, que pode ser extraída e copiada de diversas maneiras. Além disso, o fluxo sanguíneo em cada palma é único: mesmo gêmeos desenvolvem palmas diferentes. A partir dos 13 anos, a palma não muda mais até o fim da vida – enquanto a digital vai se apagando se a pessoa expõe seus dedos constantemente a produtos químicos. A probabilidade de uma pessoa se passar por outra com a palma da mão é de 1 em 10 milhões. Outro ponto importante: enquanto as veias dos dedos, por serem finas, mudam de acordo com a temperatura, as veias da palma não. “Ou seja: dá para usar essa tecnologia tanto no deserto do Saara quanto na Antártica”, comenta Soares.

O escaneamento é feito por um sensor com luz quase infravermelha, a uma distância de 5 a 8 centímetros de distância. O fato de não precisar encostar no aparelho é bem visto pelo setor de saúde, pois evita contaminações. São captados 5 milhões de pontos diferentes, que são transformados em um arquivo binário que é criptografado e armazenado pela empresa que utiliza a solução.

Cerca de 50 milhões de palmas já foram cadastradas usando a tecnologia ao redor do mundo. Seus principais casos de uso são no setor bancário, como Bradesco e Banco Mitsubishi. O Bradesco sozinho é responsável por 17 milhões de palmas cadastradas. Há também a utilização para controle de acesso em estádios de futebol na Hungria. E o uso pelo setor de saúde nos EUA, onde foi adotada por 35 planos de saúde, 250 hospitais e mais de 1 mil clínicas para a autenticação de pacientes, evitando fraudes. Nos EUA, há mais de 5 milhões de pessoas cadastradas com Palm Secure e são feitas 20 mil autenticações por dia, em média.

Tablets

A Fujitsu fabrica os sensores para escaneamento da palma e distribui o SDK para integradores criarem soluções com a tecnologia. O sensor pode ser embutido em tablets, ou acoplado a eles via cabo USB. Com mobilidade, gerentes de banco podem abrir contas correntes fora das agências e médicos conseguem verificar o prontuário de um paciente fora do hospital.

Saúde

Uma das prioridades da Fujitsu agora é levar a Palm Secure para o setor da saúde no Brasil. Por enquanto há apenas um caso de uso no Rio Grande do Sul, para o controle de ponto de médicos. “Ainda temos muito mercado para trabalhar no Brasil”, comenta o executivo.