Em um passado cada vez mais distante, o paciente não precisava ir ao hospital, clínica ou consultório: era o médico que fazia visitas regulares à sua residência. Com o intuito de trazer essa comodidade para os dias atuais, uma empresa de Curitiba apresentou o aplicativo Docway para agendamento de consultas médicas a domicílio.

O app funciona com dispositivos Android e iOS e permite aos seus usuários receberem consultas de especialistas de pediatria, clínica geral, psiquiatria, geriatria e ortopedia. O profissional mais requisitado no app é o pediatra, com 50% das consultas, seguido por clínico geral, com 40%, e ortopedia, com 10%.

O app foi lançado em agosto e por enquanto funciona apenas na capital paranaense. Em seu primeiro mês de operação, acumulou 800 downloads, 350 pacientes cadastrados e 30 consultas. O credenciamento do médico é feito de modo similar às seguradoras de saúde, com o profissional preenchendo os dados no site da empresa (em breve terá um app) e enviando os documentos à empresa curitibana.

De acordo com o CEO e fundador da Docway, Fábio Tiepolo, os próximos meses o app deve chegar a outras capitais do Brasil, sendo Belo Horizonte a sua próxima parada. “Em nosso planejamento, quatro meses atrás, nós tínhamos São Paulo como próximo alvo, depois Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Mas os médicos de Belo Horizonte começaram a se credenciar no aplicativo. Estamos revendo a possibilidade de ir para Belo Horizonte antes de ir para São Paulo”, explica o executivo.

Negócio da saúde

Atualmente, cada consulta solicitada pelo aplicativo custa R$ 200 durante a semana. Aos fins de semana o valor sobe para R$ 300. O pagamento é feito durante a consulta. Até o final do ano, o executivo espera ter 500 médicos registrados, 5 mil pacientes cadastrados, 65 mil consultas no Brasil e pelo menos mais de 50 mil downloads.

O CEO da Docway explica que neste primeiro momento a empresa não cobra uma porcentagem das consultas efetuadas pelo médico, o que dev emudar no futuro próximo. Além disso, o aplicativo deve receber uma atualização com pagamentos do paciente ao médico por meio do app.

Com quatro funcionários em sua empresa, Tiepolo afirma que está aprendendo com a tecnologia – área que não dominava nos primeiros meses. Em alguns dos casos, ele mesmo confirma a consulta de pacientes que apresentam dúvidas no app. Ele brinca com um velho dito popular: “aqui nós batemos o escanteio o corremos para cabecear”. Um pouco antes desta entrevista, o executivo auxiliara uma senhora em relação a um agendamento, por exemplo.

Existem planos de o aplicativo incluir uma plataforma de farmácia que permitiria locação de espaços publicitários. Mas para o aplicativo de consultas em si, Tiepolo afirma que não colocará publicidade para garantir que o app “rode bem” no dispositivo móvel do usuário.

Outra novidade que deve ser adicionada ao Docway é o pagamento compartilhado de consulta, com mais de uma pessoa pagando a presença de um médico, como, por exemplo, dois filhos pagando a consulta de seu pai ou um casal pagando o pediatra.

Oportunidade

Com experiência na área de marketing na indústria farmacêutica, Tiepolo afirmou que teve a ideia de fazer o app ao participar de um curso sobre inovação na saúde. Ele buscava a ideia de algo sério e que fizesse a diferença na vida das pessoas.

Com o atual cenário de crise no País, como a suspensão aos planos da Unimed Paulistana, Fábio Tiepolo vê uma chance de seu aplicativo crescer entre os brasileiros que buscam por uma alternativa ao atual sistema de saúde. “Obvio que a gente não atende consulta de emergência, apenas consultas eletivas. Mas a necessidade muda de pessoa para pessoa”, explicou Tiepolo. “Um paciente com plano de saúde pode receber a consulta em casa e ter reembolso em alguns casos”, completa.

Docway para Android

Docway para iOS