O Mobile World Congress (MWC) é um evento de mobilidade, mas hoje lembra também uma feira de moda. Os chamados "wearable devices" estão presentes nos stands de praticamente todos os fabricantes de celulares. São relógios, pulseiras, óculos, anéis, colares, camisetas e até coleiras para cachorro conectadas.

Os smartwatches são o acessório mais comum. Os novos modelos ganharam sofisticação em design e chama a atenção o processo de diversificação, com o surgimento de modelos voltados para nichos específicos. É o caso do Dot, um relógio conectado em braile, com um sistema de pinos móveis que formam letras e números sobre o seu mostrador para que deficientes visuais possam ler as horas e mensagens recebidas em seus smartphones. Ele ainda é um protótipo criado por uma empresa sul-coreana, mas deve ser lançado em meados deste ano. Outro exemplo é o Joon, voltado para o público infantil. Vendido pela operadora SK Telecom, o relógio acumula mais de 300 mil unidades comercializadas na Coreia do Sul.

Embora o Android Wear seja o sistema operacional dominante na maioria dos relógios, ainda há quem fuja dele mesmo entre fabricantes tradicionais de smartphones com a plataforma do Google. É o caso da ZTE, cujo novo relógio usa o Tencent OS, um sistema criado pela desenvolvedora chinesa responsável pelo app de bate-papo WeChat.

Apesar do fracasso do Google Glass junto aos consumidores finais, os óculos ainda resistem na feira, porém, com um foco em soluções corporativas, como seu uso dentro de fábricas ou por técnicos de campo. A Epson, por exemplo, demonstra em seu stand um série de óculos conectados para diferentes verticais da economia. E há também versões para atletas, como um óculos conectado da Garmin voltado para ciclistas profissionais. Ele mostra em uma pequena tela informações de navegação e dados sobre o desempenho do ciclista em tempo real.

Imaginação

Não há limites para a imaginação quando se trata de wearables. A novidade mais impressionante é a calça legging conectada da empresa AiQ, voltada para atletas. Com chips embarcados no tecido, eles coletam uma série de dados sobre os movimentos executados, para posterior análise pelos treinadores e preparadores físicos. As informações são enviados por bluetooth ou Wi-Fi, cujas antenas estão na própria calça. Detalhe: a roupa pode ser lavada sem estragar os equipamentos. Por enquanto a calça é um protótipo, mas a empresa lançará no mercado este ano uma camisa conectada para golfistas, acompanhada de sensores similares para captar os movimentos do tronco e dos braços.

A ZTE trouxe para a feira um anel conectado. Ele serve para contar passos e calorias, além de disparar uma mensagem de SOS para amigos ou familiares pré-cadastrados quando o usuário faz um determinado movimento.

A Sony demonstra em seu stand o protótipo de uma câmera-colar, batizada provisoriamente como Xperia Eye. Ela tira fotos automaticamente, auxiliada por um software de reconhecimento de imagem. A ideia é vesti-la em eventos como festas de aniversário e não se preocupar em registrar todos os momentos, mas, sim, vivê-los, deixando o trabalho de fotografia para o colar.

Por fim, há até coleiras eletrônicas para animais de estimação, como cachorros e gatos. A SK Telecom lançou uma em junho passado. Ela tem GPS e 3G integrado para rastrear a localização do bicho, que é enviada para um app no smartphone Android do dono. A bateria dura três dias e a coleira custa US$ 100. Há cerca de 10 mil animais utilizando-a na Coreia do Sul.