O volume de voz e dados trafegado nas redes móveis durante os 17 dias de Jogos Olímpicos chegou a 255 Terabytes (TB), 10 vezes maior do que o alcançado na Copa do Mundo de 2014, de 24 TB. Os números, repassados nessa terça-feira, 23, pela Anatel, superaram em muito as expectativas da própria agência, que previa um tráfego quatro vezes maior do que na Copa do Mundo.

O tráfego total, contudo, deve ser bem maior, contudo. Isto porque a maior parte do uso de dados e voz que passou pelo WiFi instalado pela Claro ainda não foi medido. Segundo a superintendente de Controle de Obrigações da agência, Karla Crosara, o número equivale a 30 milhões de chamadas de voz, 468 milhões de fotos enviadas ou recebidas e uma média de 80 fotos por dia por usuário.

O levantamento leva em conta o tráfego também das cidades onde foram realizados jogos de futebol, como Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e Salvador. Além dos quatro clusters onde ocorreram as disputas no Rio de Janeiro: Maracanã, Barra, Copacabana e Deodoro.

De acordo com a Anatel, as taxas de acesso a redes de dados e voz variaram entre 99% e 97% no pior caso de uma operadora na cerimônia de abertura. Ou seja, na grande maioria do tempo, as taxas ficaram acima da média exigida (95%).

Para atender esse tráfego, foram instaladas mais 320 antenas, além de ampliações de redes das operadoras que tinham capacidade mais limitada, especialmente a Nextel. Além disso, foram mais de 90 mil equipamentos licenciados, como microfones e câmaras sem fio, rádios bidirecionais; feitas mais de 80 mil analises de viabilidade técnica, resultando em mais de 39 mil frequências autorizadas, serviços realizados por apenas cinco pessoas. Segundo o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação, Vitor Menezes, esse trabalho de liberação de espectro e análises de viabilidade foi possível com o uso do sistema Mosaico, comprado na Copa, e que foi mais usado agora. “Foram milhares de cálculos de viabilidade técnica, permitindo a alocação de recursos até no mesmo dia”, disse.

Karla disse ainda que não ocorreram interrupções significativas, nem de infraestrutura para realização dos jogos e transmissão de imagens. E que o sistema de telemetria nas provas de ciclismo de estrada apresentou melhora significativa em relação às Olimpíadas de Londres.

O superintendente de Fiscalização, Marcus Paulocci, disse que 200 fiscais da Anatel se responsabilizaram pelo monitoramento de espectro e só detectaram 37 ocorrências de interferências. Ele afirmou que o trabalho da agência está servindo de paradigma para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Vale lembrar que as operadoras japonesas já anunciaram que pretendem estar com as operações de 5G em atividade comercialmente em Tóquio em 2020. Para a Anatel, o maior desafio foram as alterações de frequência na última hora, frequências utilizadas por aviões e geração de imagens, por exemplo.