Nos últimos anos vêm surgindo no Brasil diversos players de pesquisas on-line e móveis. Gradativamente, essas empresas estão construindo grandes painéis, com centenas de milhares de pessoas, para conseguirem realizar pesquisas com rapidez e validade estatística. Mas o executivo Lucas Melo, diretor do MeSeems, faz um alerta: tão importante quanto ter um painel grande é conhecê-lo profundamente e mantê-lo atualizado, senão as pesquisas não têm qualidade.

"O MeSeems tem hoje 200 mil usuários ativos. E mantemos um forte controle da base", afirma Melo. A empresa adota controles automáticos e manuais. A base é estimulada a fornecer dados pessoais aos poucos, com perguntas misturadas às pesquisas que respondem. "Para não prejudicarmos a experiência, não saímos perguntando um monte de coisa. Vamos conhecendo a nossa base aos poucos" explica.

O sistema também identifica quando alguém está respondendo rápido demais, acima da média, o que pode indicar respostas chutadas. No caso de questões que envolvem imagens, também é feita uma verificação automática se a foto se adequa ao que foi solicitado. Da mesma maneira, palavrões são filtrados – a não ser que o contratante da pesquisa libere esse tipo de conteúdo. Além disso, é feito um controle manual, por funcionários da MeSeems, que verificam a coerência de todas as respostas. "Como somos donos da base e da metodologia, conseguimos garantir a aplicação das melhores práticas", explica.

Crise

A MeSeems tem realizado entre 20 e 30 pesquisas pagas por mês atualmente. A crise econômica, por um lado, reduz orçamento das empresas, o que torna o cenário mais difícil. Porém, por outro, as pesquisas móveis são mais baratas e rápidas que as tradicionais. Além disso, Melo aposta no fato de que justamente em tempos de crise as marcas precisam investir em pesquisa para conhecerem melhor seus consumidores e aperfeiçoarem suas ofertas. E, para certos tipos de pesquisa, especialmente aquelas que envolvem a coleta de imagens ou que incluem perguntas de foro íntimo, o canal móvel entrega resultados muito melhores que qualquer outro.

Melo cita como exemplo uma pesquisa em que jovens que se declaram saudáveis precisaram tirar uma foto de seu café da manhã e enviar pelo app. Outro exemplo foi uma pesquisa em que jovens que moram sozinhos precisavam tirar uma foto da sua geladeira aberta. Em ambos os casos, o canal móvel é essencial, porque é aproveitada a câmera do smartphone e o usuário pode realizar o registro sozinho, sem receber alguém na sua casa.