A América Móvil (AMX, que controla no Brasil a Claro, Embratel e Net) observou as receitas com serviços móveis caírem no segundo trimestre, mas serem compensadas pelos serviços fixos do grupo mexicano, de acordo com balanço financeiro divulgado pela empresa na noite desta quinta, 28. Com isso, o desempenho do grupo no País ao fim de junho ficou quase o mesmo do registrado no mesmo período do ano anterior.

Porém, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) observou queda de 4,5% e 1,8% no trimestre e semestre, respectivamente. Assim, o EBITDA somou R$ 2,379 bilhões e R$ 4,736 bilhões.

No total do trimestre, a receita no Brasil ficou praticamente estável (queda de 0,1%), totalizando R$ 9,084 bilhões. No semestre, a queda foi de 0,4%, total de R$ 18,038 bilhões. As receitas de serviços corresponderam a R$ 8,751 bilhões (queda de 0,2%) e R$ 17,453 bilhões (avanço de 0,1%) no trimestre e semestre, respectivamente.

As receitas de serviço móvel (ou seja, da Claro), em particular, mostraram maior variação: queda de 10% no trimestre (R$ 2,946 bilhões) e de 9% no semestre (R$ 17,453 bilhões). Nessa área, as receitas de serviços caíram 11,3% e totalizaram R$ 2,616 bilhões nos três meses e R$ 5,472 bilhões (recuo de 8,8%) no semestre, enquanto as receitas com equipamentos avançaram 1,9% no trimestre (total de R$ 332 milhões) e caíram 10,1% (R$ 581 milhões) no semestre. A companhia diz que a justificativa pela queda é em parte da redução das taxas de interconexão, mas também por conta de novas promoções para dados móveis.

As receitas com serviço fixo compensaram a queda, com avanço de 5,4% no trimestre e total de R$ 6,137 bilhões. No semestre, o crescimento foi de 4,5%, totalizando R$ 12,086 bilhões. Segundo a AMX, no trimestre, as receitas de banda larga, TV paga e telefone fixo avançaram 9,6%, 4,4% e 1,6%, respectivamente.

Dados operacionais

A América Móvil Brasil encerrou junho com 64,264 milhões de acessos móveis (a segunda maior do grupo, perdendo apenas para o México, com 73,108 milhões), uma queda de 9,7% comparado ao final do segundo trimestre de 2015. Desse total, 16,952 milhões eram pós-pagos (crescimento de 6,2%) e 47,313 milhões eram pré-pagos (queda de 14,4%). Os minutos de uso (MOU) aumentaram 3,2%, somando 103 minutos.

As unidades geradoras de receita (UGRs) de serviços fixos, como telefonia, banda larga e televisão, aumentaram 0,8% e encerraram o período com 36,809 milhões de UGRs. É a maior base do grupo, à frente do México, que contava com 21,722 milhões de UGRs em junho.

A receita média por usuário (ARPU) caiu 1,9% e em junho era de R$ 13. O churn da empresa avançou 0,3 ponto percentual (p.p.) e ficou em 3,7%.

Desempenho do grupo

Somando as operações em todos os países, entretanto, o grupo mexicano observou redução no lucro no período. O lucro líquido da empresa nos três meses foi de 7,7 bilhões de pesos (US$ 407,2 milhões), uma queda de 45,2% em comparação com o ano anterior. Considerando os seis meses, foi de 12,499 bilhões de pesos (US$ 661 milhões), recuo de 43,9%. O EBITDA fechou junho em 60,9 bilhões de pesos (US$ 3,220 bilhões), uma queda de 10,7%. No semestre, totalizou 122,7 bilhões de pesos (US$ 6,488 bilhões), recuo de 10,1%.

As receitas cresceram 6,1% e encerraram o trimestre em 233,4 bilhões de pesos (US$ 12,342 bilhões). Considerando o acumulado do semestre, o aumento foi de 3,8% e o total de 456,4 bilhões de pesos (US$ 24,135 bilhões). As receitas de serviços cresceram 3,2% e somaram 199,8 bilhões de pesos (US$ 10,565 bilhões) no trimestre, sendo que as receitas fixas cresceram 7,4% e as móveis, 5,5%. No semestre, foi de 394,1 bilhões de pesos (US$ 20,840 bilhões), avanço de 1,8%. Segundo a empresa, esse desempenho reflete a desvalorização do peso mexicano frente ao real no Brasil e do peso colombiano. Considerando um câmbio constante, a receita de serviços teria caído 2,1%.

Na divisão por tipo de serviço, os dados móveis responderam pela maior parte: 31%. Em seguida vem receitas com serviço de voz em móveis (30,6%), dados fixos (15,5%), voz fixa (13,4%) e TV paga (9,5%).

A dívida líquida cresceu de 582 bilhões de pesos (US$ 30,776 bilhões na cotação atual) em dezembro para 608 bilhões de pesos (US$ 32,151 bilhões) em junho, embora a empresa afirme que a dívida tenha caído US$ 1,7 bilhão considerando "taxas de câmbio nominais".