A Niantic, idealizadora do game Pokémon Go (Android, iOS), comprou recentemente a Matrix Mill, uma empresa pequena, de quatro pessoas, que saiu da University College London e que hoje está sediada no bairro de Covent Garden, em Londres. Os termos da aquisição não foram divulgados, mas uma das razões tem nome: “Harry Potter: Wizards Unite”, game com a mesma pegada de realidade aumentada iniciada pelos bichinhos japoneses. A ideia é que o primeiro jogo de AR do bruxo vá além do primogênito Pokémon Go.

A ideia da Niantic é aprimorar sua plataforma. Isso porque uma das principais reclamações dos jogadores de Pokémon Go é que há uma falha no jogo: se algo interferisse na câmera do celular, como um objeto ou uma pessoa, por exemplo, o Pikachu era exibido na parte superior, transpassando tudo e todos. Para acelerar o processo e resolver esse problema de comportamento “pouco real”, a Niantic comprou a Matrix Mill, na esperança de deixar a AR mais realista.

A inglesa desenvolveu “redes neurais profundas que podem inferir informações sobre o mundo ao redor de uma ou mais câmeras. Essa tecnologia redefine como as máquinas veem e entendem o mundo 3D e, mais importante, como os objetos digitais podem interagir com os elementos reais dele”, escreveu John Hanke, CEO da Niantic no blog da empresa.
Cada lente teria uma imagem ligeiramente diferente e, combinadas as duas, um cálculo é feito para determinar a distância de um objeto, tal e qual o funcionamento dos olhos e do cérebro.

O software da Matrix Mill é projetado para funcionar como o olho humano, possibilitando que um smartphone com apenas uma lente de câmera faça um bom palpite sobre profundidade. O software vê um objeto, reconhece-o, calcula a distância mais provável e determina se o Pokémon deve aparecer na frente ou atrás.

“Ele permite que os personagens se juntem ao seu ambiente”, explicou Gabriel Brostow, um dos cofundadores do Matrix Mill no site da BBC.

Abertura de sua plataforma

Outro movimento da desenvolvedora de jogos foi a abertura de sua plataforma de realidade aumentada para que outros profissionais possam criar jogos com AR como Pokémon Go. A Real World Platform (ou Plataforma de Mundo Real, em tradução para o português) é o motor que está por trás de Harry Potter: Wizards Unite, desenvolvido a sete chaves junto com a Warner Bros e que, com a aquisição da Matrix Mill, será uma plataforma ainda mais aprimorada.