Em um ano, cresceu de 24% para 33% a proporção de internautas brasileiros com smartphone que assinam algum serviço de entretenimento móvel, segundo a última pesquisa Panorama Mobile, de junho deste ano. Estes serviços são oferecidos via aplicações OTT (Over The Top), que é a oferta de conteúdo via streaming pela Internet em várias telas, e que representa um novo meio de distribuição e possibilita aumentar a audiência e criar novas formas de monetização para a produção cultural.

O OTT é a consolidação das oportunidades criadas pela Internet para que muitos artistas, cineastas, músicos, comediantes e profissionais de outras atividades da produção cultural saíssem do anonimato. Por ser um canal que permite oferecer serviço personalizado para cada cliente, de acordo com as suas preferências, as maiores empresas do setor estão apostando nisso para fidelizar seu cliente: Netflix; Prime Video, da Amazon; Globo Play; e Play Plus (Rede Record) já oferecem produções exclusivas ao seu público. As instituições religiosas, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, também já oferecem os seus serviços de OTT.

Outros estudos: a confirmação do OTT como o futuro do áudio visual

O OTT no Brasil caminha forte rumo à oferta de uma grande variedade de opções. Esta movimentação tem proporcionado alguns estudos que mostram o potencial deste mercado e o comportamento do usuário de múltiplas telas.

Segundo recente pesquisa da consultora Frost & Sullivan, o Brasil é o 8º mercado de OTT do mundo e a demanda OTT deverá aumentar consideravelmente devido ao uso de novas tecnologias. Há cinco anos, em 2013, a receita do mercado de vídeo OTT chegou à marca de US$ 96 milhões, segundo a consultoria, e deve chegar ao final de 2018 com US$ 783 milhões.

O Google também divulgou a pesquisa Video Viewers 2018, conduzida pela Provokers, e que comprova esta preferência do assinante: o consumo online aumentou 135% em quatro anos, saindo de 8,1 horas semanais para as atuais 19 horas. No ano passado, o tempo médio gasto com vídeos na Internet foi de 15,4 horas por semana. Dos entrevistados, 43% não possuem assinatura de TV paga. Em 2015, esse percentual foi de 34% (evoluindo para 36% e 40%, nos anos seguintes). Entre aqueles que hoje não acompanham a TV paga, 74% afirmam não ter intenção de contratar este tipo de serviço. Três anos atrás, esse índice foi de 65%.

As pesquisas mostram claramente que o brasileiro está disposto a pagar por conteúdo diferenciado. Por esta razão, crescimento do streaming tem a ver com a queda da TV paga, que nos últimos anos vem perdendo assinantes para os serviços de OTT. E exatamente a possibilidade de poder ver seu conteúdo preferido a qualquer hora, a qualquer momento e a partir de qualquer dispositivo que tem levado milhões de assinantes de TV paga a migrar para os serviços OTT. Aqui residem as oportunidades para os pequenos produtores de conteúdo audiovisual e afiliadas de TV.

Como começar no OTT?

O primeiro passo é estudar as preferências do público local, conversar com os produtores locais de audiovisual e elaborar um catálogo de conteúdo diferenciado e exclusivo em suas cidades e estados. Segundo a Associação Brasileira de OTT – Abott’s, entidade que reúne os produtores e distribuidores de conteúdo online, o primeiro passo para se colocar uma operação comercial de streaming é saber qual o conteúdo relevante a ser oferecido. Depois, buscar apoio profissional de empresas e profissionais que já atuam na oferta de tecnologias e serviços de consultoria, projeto e execução de uma operação de OTT.