Se por um lado a consulta pública sobre a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial revelou as divergências sobre a necessidade de criação de leis específicas sobre o tema, por outro há bastante convergência sobre a necessidade de haver políticas públicas de fomento à pesquisa e à inovação com essa tecnologia. Dentre as ideias apresentadas, destaca-se a da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) de criação de um Fundo Prioritário para Inteligência Artificial.

“Os gargalos sendo endereçados por este documento, como a escassez de mão-de-obra qualificada e de ferramentas adequadas, todos de curto prazo, evidenciam uma necessidade de catalisar a execução de pesquisas e projetos de IA por parte dos diversos atores no setor público e privado. É nosso entendimento que se faz necessária a criação de um programa prioritário (PPI) dedicado às necessidades de AI e que os devidos incentivos sejam implementados para que fundos, como o FNDCT, sejam direcionados com maior intensidade para este programa. Dada a complexidade intrínseca de um projeto de IA e da demanda pela velocidade, acreditamos que é necessário explorar as diversas formas de aplicação deste fundo, desde programas de capacitação até investimentos em startups e empreendedores do ecossistema de empreendedorismo brasileiro”, diz um dos comentários da Abinee na consulta.

A Telefônica também defendeu a importância de políticas públicas de fomento a essa tecnologia: “a promoção de mecanismos de incentivo fiscal e linhas de financiamento voltados para pesquisa e desenvolvimento de aplicações desta natureza podem viabilizar novos investimentos e, consequentemente, imprimir maior celeridade na difusão da IA no país.”