Não são apenas as grandes operadoras europeias, japonesas e americanas que estão trilhando a jornada de se tornarem empresas de tecnologia, ou “techcos”, para não depender apenas da receita de conectividade. Este é um fenômeno mundial e um dos cases mais celebrados é o da operadora e&, dos Emirados Árabes Unidos. Desde que começou sua transformação como techco, em 2020, a operadora aumentou sua receita em 14,5% e seu lucro líquido em 19,1%. Sua história foi apresentada no MWC25 (Mobile World Congress), em Barcelona, nesta segunda-feira, 3, por seu CEO, Hatem Dowidar.
Para começo de conversa, a empresa mudou de nome. Ela se chamava Etisalat, o que remetia exclusivamente a serviços de telecomunicações. Primeiro trocou para “Etisalat and”, para transmitir a ideia de que era mais do que uma operadora. E mais recentemente encurtou o nome para “e&” (lê-se “E and”, em inglês). Sua logomarca também foi modernizada e o slogan mudou para “go for more”.
E& avança fora de telecom
A companhia, que tem 189 milhões de assinantes e atua em vários países do Oriente Médio e do Norte da África, foi dividida em cinco empresas que têm autonomia para a oferta de serviços, mas que também exploram bastante as sinergias entre si. Desde então, se expandiu para áreas diversas, incluindo serviços financeiros, TV sob demanda e até recarga de carros elétricos.
Um das suas empresas cuida da gestão de um fundo de venture capital que investiu na Airalo, uma revendedora global de eSIM para turistas, e no superapp Careem, que tem uma joint-venture com Uber para a oferta de mobilidade urbana.
“Nós éramos uma telco agora somos techco: entregamos muito mais do que tecnologia”, resumiu.
Em 2030, a e& projeta que 40% da sua receita virá de fora de telecomunicações – eram 12% em 2022. Também em 2030 espera que 60% do seu faturamento venha de fora dos Emirados Árabes Unidos – em 2022 eram 45%.
Foto no alto: Hatem Dowidar, CEO da e&, durante o Mobile World Congress (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)