As operadoras móveis precisam repensar seus modelos comerciais, encontrando novas fontes de receita em suas redes para evitar que se repita o que aconteceu no 4G, quando as teles fizeram investimento pesado em rede mas quem colheu os frutos foram as empresas over the top (OTTs), opinou a CEO e diretora geral da operadora australiana Telstra, Vicki Brady. Ela participou do painel de abertura do MWC25 (Mobile World Congress), nesta segunda-feira, 3, em Barcelona.
“Do 3G para o 4G, entregamos conectividade mais sofisticada, mas o dinheiro foi para outros players. Uma das razões é que não mudamos nossos modelos comerciais. Agora estamos nos desafiando a pensar nossas redes como produto, com valor comercial. Estamos criando novas habilidades em nossas redes, mas como podemos produtizá-las? Como pensamos diferente desta vez? É uma grande oportunidade”, afirmou.
Uma dos caminhos sugeridos pela executiva é a exploração de APIs de rede com o Open Gateway. Seria uma forma de monetizar a rede para além de velocidade e capacidade, argumentou.
Ela deu como exemplo os serviços de Internet das Coisas (IoT) da Telstra. Em vez de vender apenas o tráfego de dados para milhões de dispositivos, a operadora também entrega outras informações que são valiosas para os clientes corporativos donos desses equipamentos, como observalidade, localização, força do sinal etc.
“Temos a chance de criar uma plataforma global de APIs. Estamos definindo o nosso futuro, em vez de os outros fazerem isso para a gente”, resumiu.
Foto no alto: Vicki Brady, CEO da Telstra, durante o Mobile World Congress (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)