Na esteira do Google, agora foi a vez do YouTube divulgar um manifesto público em seu blog oficial com críticas ao PL 2630, o PL das Fake News. “Se as regras atuais do projeto de lei entrarem em vigor, todos os canais que fazem “conteúdo jornalístico”, um conceito que não está claramente definido no projeto, seriam elegíveis para monetização”, afirmou texto divulgado pela plataforma nesta segunda-feira, 4.

Segundo a plataforma, o PL coloca em risco o atual padrão de monetização estabelecido, o Programa de Parcerias do YouTube (YPP), pois “as grandes empresas de notícias poderiam exigir um acordo de compartilhamento de receita diferente daquele que oferecemos aos criadores do YPP, incluindo criadores de notícias independentes”.

O YouTube critica também a obrigatoriedade de notificar o criador toda vez que os sistemas “rebaixarem” seu conteúdo por qualquer motivo. “Nossos sistemas recebem mais de 80 bilhões de informações, chamadas de ‘sinais’, para tomar decisões continuamente sobre qual conteúdo mostrar e não mostrar às pessoas. O projeto de lei de Fake News não leva em conta essa escala e complexidade”, diz a empresa.

Por fim, a plataforma reprova a imunidade parlamentar, argumentando que, se um vídeo atualmente viola seus termos de serviço, é retirado do ar – independente de quem seja o autor. “Com o Projeto de Lei das Fake News, no entanto, os membros do Poder Legislativo no Brasil teriam um passe livre. Isso impediria nossa prática de responsabilizar todos os criadores pelo mesmo conjunto de políticas. Vídeos de legisladores protegidos que, de outra forma, removeríamos – incluindo violência gráfica, golpes, assédio ou certas informações erradas sobre as eleições – permaneceriam na plataforma”.