adamersongA Huawei voltará a vender smartphones no Brasil, desta vez através de uma parceria com a Positivo. É a segunda tentativa da marca chinesa, que havia desistido desse segmento no País em 2015. Na época, ela havia tentado fazer tudo por conta própria. Agora, se convenceu de que precisaria de um parceiro local para a empreitada. O acordo foi anunciado nesta quarta-feira, 6, em Brasília, durante evento de comemoração de 20 anos da presença da Huawei no Brasil.

“Primeiro tentamos sozinhos, mas os resultados foram ruins. Anos atrás a marca Huawei não era forte o suficiente em handsets. E não tínhamos experiência suficiente. Mas agora somos diferentes. Estamos entre os três maiores fabricantes de smartphones do mundo. E somos muito bons em pesquisa e desenvolvimento”, justificou Adam Ersong, diretor de desenvolvimento de negócios de handsets da Huawei no Brasil.

O mercado brasileiro é um dos poucos de grande porte onde a Huawei ainda não tem uma presença significativa no segmento de smartphones. Nos últimos sete anos, o volume global de smartphones vendidos pela fabricante chinesa cresceu 51 vezes. Em 2017 foram 153 milhões de unidades enviadas ao varejo, representando 8,8% de market share global. No começo deste ano, sua participação já subiu para 11,3%, deixando a empresa atrás apenas da Samsung e da Apple. Em alguns países da Europa, como a Espanha, a Huawei já detém mais de 30% de participação. Por tudo isso, o Brasil é tido como um mercado-chave para a empresa ultrapassar a Apple e conquistar no futuro próximo a segunda posição.

Foco no premium

Ao contrário da sua primeira experiência no País, quando trouxe aparelhos de gama baixa e média, a Huawei decidiu dessa vez focar em aparelhos de gama alta e média-alta. Seus primeiros lançamentos aqui serão o top de linha P20 Pro e um novo modelo da sua série Nova, que pode ser classificado como de gama média-alta. Os produtos chegarão ao mercado brasileiro entre agosto e setembro. Os preços não foram revelados. “Temos que convencer os brasileiros que os nossos produtos são premium”, disse Ersong.

Em uma primeira fase os smartphones serão importados. As vendas acontecerão através da Internet e provavelmente em quiosques da companhia e em pelo menos um varejista.

Ersong espera conseguir pelo menos 1% de share no mercado brasileiro após os primeiros 12 meses de operação. Dependendo dos resultados, é cogitada a fabricação local no futuro, também em parceria com a Positivo.

Positivo

A Huawei analisou vários possíveis parceiros locais para voltar a vender smartphones no Brasil. No fim, ficou entre Multilaser e Positivo e acabou optando por esta última. Foi fechado um acordo de licenciamento. A Positivo se encarregará de todo o trabalho de importação, distribuição, vendas e suporte técnico, além de ajudar a Huawei no marketing. Os produtos trarão a marca Huawei, mas estará escrito que são importados (ou, no futuro, fabricados) pela Positivo.

“Meu papel é tornar simples a entrada da Huawei aqui. Somos experts em tributos, fabricação local etc”, explicou Norberto Maraschin, vice-presidente de mobilidade e de negócios internacionais da Positivo. Ele não entende que o acordo prejudique as vendas de outros smartphones da fabricante brasileira com sua marca própria. “Não vemos canibalização, porque os produtos da Huawei são premium. E a Positivo não opera nesse segmento no momento. Somos bons em aparelhos de entrada”, argumentou Maraschin.

 

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