O governo norte-americano lançou uma ordem na última quarta-feira, 7, que restringe agências do governo de fazer negócios com a Huawei e outras fabricantes de equipamentos de telecomunicações, incluindo ZTE, Hytera e Hikvision, que desenvolve tecnologia de reconhecimento facial. As empresas banidas são chinesas e levantam preocupações de segurança dentro do governo dos Estados Unidos. A nova regra passa a entrar em vigor na próxima terça-feira, 13.

A proibição foi imposta pelo Congresso como parte de um projeto de lei de defesa mais amplo sancionado no ano passado. Abrange compras diretas de equipamentos de telecomunicações e de equipamentos de serviços de vigilância por vídeo.

A Huawei já se manifestou em diferentes momentos, afirmando que não pode e não tem como espionar pelo governo chinês.

O porta-voz da Huawei, Chase Skinner, disse que a notícia já era esperada pela empresa. Segundo Skinner, a lei da National Defense Authorization Act (NDAA) não pode garantir a proteção das redes e dos sistemas de telecomunicações dos Estados Unidos. Elas apenas impõem uma barreira comercial, baseadas no país de origem, invocando uma ação punitiva. O porta-voz salientou que quem perde com isso são os cidadãos das zonas rurais dos EUA, os principais impactados pela medida, uma vez que as redes usadas nessas regiões são da Huawei.

Relembre o caso

Em maio, o Departamento de Comércio dos EUA colocou a Huawei numa lista que proíbe companhias norte-americanas de venderem seus produtos a ela por ser considerada ameaça potencial à segurança. A administração alertou que o equipamento da Huawei poderia dar acesso ao governo chinês a ligações telefônicas e outras comunicações, e tentou persuadir aliados a não usar o equipamento da empresa em suas redes 5G.

Mas a lista negra do Departamento de Comércio, assim como a regra divulgada na quarta-feira, inclui aberturas para exceções. Depois da reunião em junho com o presidente da China, Xi Jinping, na cúpula do Grupo dos 20 no Japão, o presidente Trump disse que as empresas americanas poderiam vender algumas tecnologias para a Huawei. Essa flexibilização, disse ele, ocorreu porque a China concordou em comprar mais produtos agrícolas dos Estados Unidos.

No mês passado, Trump reuniu-se com os líderes de empresas que fornecem à Huawei tecnologia, como chips de rede e software para smartphones, incluindo Google, Qualcomm, Intel, Broadcom e outros. Na época, a Casa Branca disse que os executivos das empresas solicitaram decisões de licenciamento oportunas do Departamento de Comércio, e o presidente teria concordado.