A Samsung anunciou que vai parar de fornecer componentes para a Huawei. No caso, a sul-coreana deixará de vender seus chips para celulares. A fabricante de memórias SK Hynix também sinalizou que vai parar de suprir para a chinesa. De acordo com a imprensa estrangeira, o término dos contratos acontecerá no próximo 15 de setembro, data em que o Departamento de Comércio dos EUA deverá anunciar mais restrições à chinesa. A partir deste dia, mesmo as companhias de fora dos Estados Unidos, mas que dependem de tecnologia norte-americana para os seus produtos, não poderão fornecer seus equipamentos para a Huawei.

As sanções foram introduzidas em agosto, após uma série de outras restrições implementadas desde o ano passado. Os Estados Unidos proíbem empresas não americanas de vender componentes desenvolvidos com tecnologia norte-americana, a menos que essas companhias obtenham aprovação especial. Para a Huawei, as proibições significam uma ameaça. Recentemente, a empresa chinesa informou que não poderá mais fabricar seus chipsets Kirin. Por outro lado, as empresas também perdem um excelente cliente, já que a Huawei assumiu a liderança nas vendas de smartphones no mundo em julho deste ano, com um total de 55,8 milhões de dispositivos enviados ao mercado entre abril e junho. A fabricante de chips taiwanesa TSMC suspendeu as vendas para a Huawei em maio deste ano, após uma rodada anterior de restrições. A Huawei chamou essas regras de “arbitrárias e perniciosas”.

De acordo com o site Engadget, a SK Hynix também será bastante prejudicada com a proibição, uma vez que 40% de sua receita de US$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2020 são provenientes de exportações para a China.

Para tentar driblar as sanções do governo de Donald Trump, a Huawei buscou internamente uma empresa para fornecer chips. Porém, a SMIC, principal fabricante de chips na China, também foi ameaçada de entrar na Lista de Entidades do Departamento de Comércio, e, com isso, ser proibida de fazer negócio com a Huawei. A ameaça levou o Ministério das Relações Exteriores da China a acusar os EUA de “hegemonia flagrante”.

A Huawei tem cada vez menos opções de fornecimento de peças para seus telefones, embora a fabricante de chips americana Qualcomm tenha feito lobby junto ao governo Trump para suspender as restrições e permitir a venda para a Huawei.

Em defesa da segurança de dados

Na última segunda-feira, 7, a China lançou uma campanha para definir padrões globais de segurança de dados, conclamando todos os países a lidar com os dados de forma “abrangente, objetiva e baseada em evidências”. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse: “É importante desenvolver um conjunto de regras internacionais sobre segurança de dados. Um determinado país continua a fazer acusações infundadas contra outros em nome de uma rede limpa e usa a segurança como pretexto para pilhar empresas de outros países que têm vantagem competitiva. Esses atos flagrantes de bullying devem ser combatidos e rejeitados”.