Javier Mata, CEO e fundador da Yalo. Foto: divulgação

A alteração no modelo de cobrança do WhatsApp para uso de sua API não deve trazer muitas alterações ao mercado de mensageria, diz o CEO da Yalo, Javier Mata, com base na experiência da empresa com essa mudança feita pelo Facebook em dois países onde atua.

“Não muda muito na parte de cobrança. Já fizeram no México e na Indonésia. Para empresas mais engajadas, isso gera mais economia que antes. Mas para empresas que não adicionam muito valor no canal, fica caro”, explica Mata. “Por isso focamos em criar apps conversacionais com valor agregado”, completa, ao lembrar do lançamento da plataforma Yalo Studio nesta quinta-feira, 9.

Vale dizer, o WhatsApp fará essa mudança em fevereiro de 2022. Em matéria publicada na última terça-feira, 8, o Mobile Time repercutiu o novo formato com outros players do mercado de mensageria. Os executivos ouvidos pediram alterações nos valores aplicados pelo Facebook ao mercado local e alertam para o risco de migração para outros canais.

América Latina

Em conversa com esta publicação, Mata falou ainda da atual dinâmica da mensageria na América Latina. Comparando com outras regiões que a Yalo atua, como o sudeste asiático, o executivo afirma que o mercado latino-americano é o que está com “aceleração proeminente” e com “mais potencial”, pois grande parte do comércio ainda é informal.

“Estamos nos aprofundando muito mais no comércio conversacional. Nosso foco é construir as funcionalidades para completar a transação no meio desses canais. Vemos que os usuários querem completar as transações nos canais conversacionais”, afirmou.

Neste cenário, o CEO explicou que a empresa tem apetite para aquisições, dentro e fora da América Latina. Lembrou que um dos objetivos das rodadas de investimento que recebeu recentemente é para “expansão e crescimento”, além de “agregar mais valor aos clientes”.

“Nós também estamos olhando para (empresas) no mundo para acelerar o crescimento, mais especificamente sudeste asiático e América Latina. Nós olhamos principalmente empresas no ecossistema conversacional e e-commerce”, revelou.

Futuro

Mata reconheceu ainda que pode seguir um caminho de abertura de capital (IPO), como Zenvia realizou neste ano. Mas afirma que não deve tratar disso “nos próximos meses”, uma vez que o foco total da empresa está em seu crescimento orgânico.

“Começamos com o enfoque em comércio conversacional e estamos avançando com o GBM (Google Business Messages). Agora queremos democratizar o c-commerce para o mundo, para que qualquer pessoa consiga construir ou utilizar. Queremos facilitar que qualquer pessoa crie aplicativos conversacionais de valor”, disse. “No Brasil, nosso foco está no comércio conversacional e empresas de consumo massivo, como Coca-Cola e Compre Agora”, concluiu.