A Beblue é uma nova subadquirente de pagamentos com cartão que está crescendo rapidamente no interior de São Paulo graças a um sistema de cashback, em que os estabelecimentos comerciais parceiros devolvem parte do dinheiro pago para o consumidor em cada compra. Presente em Ribeirão Preto, Franca e Presidente Prudente, a Beblue já superou 100 mil participantes, dos quais 93% são usuários ativos semanais. Sua base tem aumentado a uma velocidade de 2 a 3 mil novos usuários por dia. Neste ritmo, deve chegar ao fim do ano com 500 mil pessoas utilizando seu sistema somente nas três cidades paulistas – a expansão para pelo menos outras 30 cidades do País deve acontecer somente em 2017. A empresa registra atualmente 5 mil transações por dia e projeta chegar a 1 milhão por mês em dezembro.

Hoje, a rede da Beblue é formada por quase 1 mil estabelecimentos comerciais nas três cidades mencionadas. Esse número vem crescendo a uma média de 100 novos credenciados por semana. São restaurantes, postos de gasolina, padarias, supermercados, lojas de roupas, dentre outros. "Segmentos que têm alta recorrência e pouco valor agregado são os que se interessam mais. Afinal, o que diferencia um posto de gasolina de outro? O cashback faz diferença. A Beblue se torna um fator de diferenciação, um fator de desempate na decisão do consumidor", argumenta Daniel Abbud, sócio-fundador e CEO da Beblue.

Cada estabelecimento comercial tem liberdade para definir quanto quer devolver para o consumidor, dentro de uma faixa pré-definida pela Beblue. Postos e supermercados costumam trabalhar com cashback da ordem de 2% ou 3%, enquanto restaurantes chegam a 10%. O varejista pode devolver mais ou menos dependendo do dia da semana ou mesmo da hora do dia. Mas ainda não é possível variar por produto: o cashback se refere ao valor total da compra. Através da Beblue já foi devolvido mais de R$ 1 milhão aos consumidores em poucos meses de operação. O montante deve atingir R$ 6 milhões até o fim deste ano, projeta Abbud.

As lojas credenciadas recebem uma máquina de POS da Beblue, que é uma subadquirente da Stone. Os consumidores, na hora de pagar, devem pedir para usar essa máquina e informar o seu CPF, que precisa ter sido cadastrado através do aplicativo móvel (Android, iOS) da Beblue. Pode ser utilizado qualquer cartão da bandeiras Mastercard e Visa. Toda transação feita dessa forma gera uma devolução em dinheiro para uma conta virtual do consumidor. Sempre que quiser usar esse saldo para fazer uma compra, o usuário deverá informar ao caixa e fornecer seu CPF. O atendente digita o CPF na máquina, junto com o valor da compra, e o usuário receberá uma notificação push no seu smartphone para confirmar a compra. Ao contrário de um programa de pontos, neste caso o dinheiro não expira: fica sempre à disposição do usuário. O extrato de uso pode ser acompanhado pelo app.

"Em programas de pontos, o consumidor leva, em média, um ano e meio acumulando pontos até decidir gastá-los. No cashback  a média é de apenas 3,8 semanas para gastar o que foi juntado. O consumidor tem uma percepção de benefício no curto prazo", compara Abbud. Ele descreve a Beblue como um "programa de fidelidade de coalização", em que vários estabelecimentos comerciais se juntam em um programa de fidelidade único.

A devolução é custeada 100% pelos estabelecimentos comerciais, que pagam também uma pequena taxa para a Beblue por transação. Segundo o executivo, os consumidores acabam aumentando a frequência e também o valor médio de suas compras nos estabelecimentos parceiros, o que compensa o gasto com a devolução. "A curva de engajamento de consumo é interesssante. A pessoa começa comprando uma vez por semana, depois duas, em uma curva constante, conforme ampliamos a rede de credenciados", relata. Em casos de maior sucesso a receita chegou a aumentar 40% por causa da Beblue, diz Abbud. 

Para 2017, a Beblue prepara sua expansão para mais algumas dezenas de cidades em outros estados, projetando alcançar 5 milhões de usuários ao fim do próximo ano. A companhia também pretende passar por uma rodada de investimento série A dentro de seis meses.