Na opinião do CEO da Telecom Italia, Luigi Gubitosi, se a Oi for colocada à venda, nenhum player brasileiro sozinho poderia dar conta de comprá-la. A declaração foi dada pelo executivo durante teleconferência de resultados da controladora da TIM Brasil na última sexta-feira, 8, e vai ao encontro ao que a rival Telefónica tem falado: que o cenário atual exigiria algum tipo de esforço conjunto entre outras empresas. Só que ainda faltaria definições de quem ficaria com o quê e como, o que adiciona um nível de complexidade à operação.

“Não acho que alguém no Brasil, inclusive nós mesmos, pode comprar a companhia inteira”, declara Gubitosi a respeito da Oi. “Então será uma transação um tanto complicada, mas o tempo irá dizer.”

A princípio, ele não quis comentar a transação especificamente, mas afirmou sobre os rumores de consolidação que “toda vez que tem uma situação assim, e acho que já dissemos várias vezes, adoramos isso”.

Ele cita a entrevista do CEO da TIM, Pietro Labriola, à imprensa durante evento em São Paulo no final do mês passado, e confirma que se a Oi Móvel ficasse disponível para a venda, “é claro” que a empresa ficaria de olho, inclusive com o apoio da maioria dos acionistas. “Mas eu não estou a par de nenhum processo de venda no Brasil. Então, a cada vez que o mercado diminui de quatro para três [players], acho que ajuda a estabilizar”, diz.

No começo da semana passada, Labriola afirmou ainda que o interesse na Oi poderia passar também por compartilhamento de infraestrutura, aluguel ou swap de fibra. “A Oi é importante. O segmento móvel é um ativo claro, mas ela tem muita fibra, então é preciso ver a forma como isso estará disponível no mercado, pode não ser especificamente a venda, mas o aluguel da capacidade e o swap”, declarou ele na ocasião.

Na terça-feira da semana passada, o COO da Telefónica, Ángel Vilá, deu declaração semelhante sobre a consolidação precisar de um esforço conjunto. Importante lembrar que, segundo reportado pela imprensa espanhola no mês passado, a controladora da Vivo estaria trabalhando em um acordo “a seis mãos” ao lado de Claro (grupo América Móvil) e TIM (Telecom Italia), mirando sobretudo a operação móvel da concorrente, além de torres e lojas.