Produzir um aplicativo móvel está longe de ser prioridade entre os candidatos a prefeito nas eleições deste ano. A menos de um mês para a realização d primeiro turno, levantamento feito por Mobile Time na App Store e na Google Play revela que dentre os 22 candidatos a prefeito de São Paulo e Rio de Janeiro apenas um possui aplicativo móvel. No caso, é João Dória Jr. (Android), candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. E, mesmo assim, é um aplicativo simples, que apenas reproduz as últimas publicações da página oficial do candidato no Facebook.

Quando estendida a procura para todo o Brasil, foram encontrados aplicativos de pelo menos 39 candidatos a prefeito, geralmente em cidades pequenas. A maioria são apps informativos, com programa de governo, fotos da campanha e a agenda dos candidatos. Em número de downloads, poucos passam de 500 instalações.

Para efeito de comparação, nas eleições de 2014, levantamento similar feito por Mobile Time encontrou no primeiro turno 75 apps, entre candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Merece destaque o caso de Marcelo Crivella, do PRB, do Rio de Janeiro, que nas eleições de 2014 foi candidato a governador e produziu um aplicativo, que continua disponível na Google Play mas nunca mais foi atualizado. O aplicativo de Crivella para aquela eleição não chegou a 1 mil downloads. Para 2016, ele não lançou até o momento um novo app.

Em compensação, os sites dos candidatos a prefeito de São Paulo e Rio de Janeiro estão adaptados para a devida visualização em smartphones. Dentre os 22 candidatos a prefeito nas duas maiores cidades do Brasil, 18 deles têm websites responsivos. Ficam de fora apenas os candidatos do PSTU e do PCO, que, na verdade, não possuem sites de suas candidaturas, apenas páginas genéricas de seus partidos – mas, sim, estas também são responsivas e abrem adequadamente em dispositivos móveis.

Análise

Há duas razões principais para a falta de interesse dos políticos por aplicativos móveis nestas eleições. A primeira delas é o fato de haver menos verba para as campanhas este ano, em razão da proibição de doações de empresas. Por conta disso, os candidatos precisam priorizar os meios que dão retorno mais garantido.

A segunda razão é que as experiências passadas com aplicativos em campanhas provavelmente não produziram os resultados esperados – vide o caso de Crivella. Há outros canais móveis com custo mais baixo e que geram mais retorno, como o uso do WhatsApp, especialmente para o contato com a militância.