Para levar ao consumidor mais informações que o permitam avaliar se a prestação do serviço de Internet está de acordo com o contratado, entidades buscam oferecer mecanismos de aferição de qualidade da banda larga, tanto da fixa quanto da móvel. Durante workshop promovido pelo departamento de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, nesta quinta, 27, ficou evidente que o usuário precisa mais do que nunca de ferramentas para empoderamento, mas é importante a existência de indicadores independentes até para fiscalizar as operadoras.

O pesquisador do Inmetro, Ewerton Madruga, explica que há uma intenção de oferecer esse recurso para monitorar a banda larga móvel. "Se a gente passar a fazer regularmente, vamos trazer mais informações para o usuário final, principalmente na hora de escolher a operadora", declarou. Em uma próxima etapa, Madruga explica que a medição procurará saber se o handover influencia na qualidade. Outra pergunta é saber se o backhaul da tele está "subdimensionado", provocando os gargalos no atendimento.

A Anatel deverá começar a fazer uma medição anual de qualidade com base na percepção do usuário, um parâmetro mais subjetivo. Essa pesquisa está de acordo com a Resolução nº 654 de 13 de julho de 2015, que aprovou o Regulamento das Condições de Aferição do Grau de Satisfação e da Qualidade Percebida Junto aos Usuários de Serviços de Telecomunicações.

É banda larga?

Mas a própria definição de banda larga ainda é um desafio. O gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), Alexandre Barbosa, também coordenador de grupo de trabalho da União Internacional de Telecomunicações (UIT), defende critérios para cada País.

A ideia é elevar a velocidade mínima de 256 kbps aceita pela UIT, medida defendida por países europeus, além de Estados Unidos, Coreia e Japão. "Na ótica de coordenador do grupo da UIT, eu diria que é complexo fazer um padrão mundial, mas, para cada país, sim". Na opinião dele, a Anatel seria a responsável por definir esse limite. Uma próxima reunião da UIT para discutir o assunto acontecerá em setembro.

Menos reclamações

Enquanto isso, a Anatel apresentou que, até junho de 2015, foram 4,932 milhões de atendimentos (90,5% por telefone, 9,2% por Web e 0,3% por outros canais), contra mais de 5 milhões em 2012. "Isso não indica que está bom, mas apenas uma tendência", declarou o gerente executivo da regional de São Paulo da agência, Sandro Almeida Ramos. Em março deste ano, 41% das reclamações foram a respeito do celular, enquanto 16% foram de banda larga fixa, 31% de telefonia fixa e 11% de TV por assinatura.