As Filipinas têm um dos mais bem-sucedidos casos de inclusão financeira através de app móvel do mundo. Trata-se do GCash, que conta hoje com 76 milhões de usuários, ou 70% da população do país. Sua utilização cresceu bastante durante a pandemia, em razão do isolamento social, a ponto de o nome do serviço virar um verbo que significa “pagar” ou “enviar dinheiro”, relatou Martha Sazon, CEO do GCash, durante palestra no Mobile World Congress (MWC 2023), em Barcelona, nesta quarta-feira, 1.

“Na pandemia, 5 milhões de filipinos perderam o emprego e 4,5 milhões de negócios fecharam. O GCash era uma das poucas coisas que funcionava. Chegamos a registrar 22 milhões de transações por dia em 2022”, relatou.

Pouco mais de uma década antes, em 2009, 71% da população filipina não tinha conta bancária. E menos de 1% tinha algum investimento financeiro. Mas havia potencial para disrupção através da tecnologia, já que 67% acessavam a Internet e a maioria já tinha celular. 

Lançado em 2005 pela companhia Mynt, o GCash foi pouco a pouco conquistando espaço até se transformar em uma espécie de superapp de finanças para os filipinos. Hoje ele disponibiliza uma grande variedade de serviços financeiros, como conta digital, pagamentos, transferências, empréstimos, seguros e investimentos. 

“57% dos filipinos dependem de empréstimos informais. Com o GScore conseguimos determinar um score de crédito pelo seu comportamento digital, o que nos permite dar empréstimos em condições mais justas para quem mais precisa”, disse Sazon. O GCash já emprestou mais de US$ 1 bilhão para 2 milhões de filipinos.