Futuriste

Raquel Molina é CEO da Futuriste

Até 2014, Raquel Molina trabalhava como analista de sistemas em um banco quando resolveu abandonar o emprego e alçar novos voos com a Futuriste, empresa de treinamento e serviços de pilotagem com drones. A empreendedora identificou nos mercados agro e de engenharia (para inspeção de obras) boas oportunidades. A empresa, então, enveredou para oferecer cursos para pessoas que tinham vontade de trabalhar com o equipamento e se tornar pilotos. Com a pandemia do novo coronavírus, o faturamento caiu 70%, todos os cursos foram cancelados e a Futuriste precisou ampliar o leque de opções de serviços ofertados. Um dos movimentos da empresa foi oferecer cursos com o adiantamento do valor com um bom desconto. Outra opção foi ofertar a venda se drones seminovos – com garantia e todos os equipamentos previamente vistoriados.

“Os clientes não puderam mais fazer o curso, que é presencial. Tivemos que paralisar tudo”, lembrou a CEO da Futuriste. “Mas criamos algumas estratégias para sobreviver. Conseguimos nos recuperar e hoje estamos melhor do que estávamos no início da pandemia”, contou a executiva. A Futuriste teve aumento de faturamento, segundo Molina, porque havia uma demanda reprimida, que se acumulou e, atualmente, as pessoas e as empresas voltaram a pensar em usar drones.

Além dos cursos, a Futuriste passou a oferecer a empresas o serviço de treinamento de pessoal com drones. Ou seja, faz a capacitação do pessoal interno para, depois, fazer a passagem de bastão. Ou seja, capacita os profissionais dos clientes para serem pilotos de drones, faz a consultoria e finaliza o serviço. “É uma evolução do mercado. Começamos agora, um pouco antes da pandemia, e estamos aumentando a escala”, explicou.

Mesmo sem entrar em detalhes, com a mudança, a Futuriste espera terminar o ano tendo ultrapassado o faturamento do ano passado. “Vamos pegar forte na parte de serviços, com planejamentos bem estruturados para acelerarmos”, disse Molina. A empresa tem bases em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, mas pretende expandir para outras cidades do País para conseguir a tão desejada escala.

“O drone é uma ferramenta de redução de custo para as empresas. Com ele é possível fazer monitoramento de segurança em uma área muito maior do que com pessoas porque o aparelho vai trazer velocidade na captura de dados”, resumiu Molina.

Prêmio

Raquel recebeu recentemente o prêmio Women to Watch Global Awards, referência no mercado de drones e que tenta estimular a presença de mulheres nesta vertical. Molina concorria com outras mulheres de mais de 10 países. A empreendedora brasileira foi a primeira da América Latina a receber o prêmio na categoria empreendedorismo.

Os números

Oficialmente, consta na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o registro de 30.428 mil drones para uso profissional, um aumento de 6,7% na comparação entre os meses de setembro deste ano com o do ano passado. Entre as aeronaves não tripuladas remotamente pilotadas para uso recreativo, há o cadastro de 47.879 delas, um aumento mais modesto, de 0,89%. Ao todo, são 78.304 mil drones registrados na Anac.

Entre os pilotos, em setembro deste ano havia contabilizados 59.225 pessoas físicas, que usam o drone para fins recreativos, e outras 4.973 cadastradas como pessoas jurídicas, ou seja, que usam as aeronaves profissionalmente. Entre os PJs houve um incremento mais expressivo de 19,25% na comparação entre setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado. Já entre as PFs, o aumento foi menos de 0,78%.