A crise econômica que aflige o País pode representar uma oportunidade para a venda de soluções de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) cujo foco seja a melhora da produtividade ou da experiência dos consumidores. Essa é a avaliação do presidente da Cisco no Brasil, Rodrigo Dienstmann. "O varejo, por exemplo, não vive o seu melhor momento, mas conosco a receita proveniente desse segmento está crescendo, por conta do aumento na demanda por soluções que tragam mais produtividade", disse o executivo, em evento para jornalistas e analistas nesta segunda-feira, 22, que antecedeu a abertura do seu Forum Regional de IoT e IoE.

Nem mesmo a possibilidade de aumento de 189% do Fistel consistirá em uma barreira para o desenvolvimento de IoT no Brasil, na opinião de Dienstmann. Ele aponta duas razões: 1) a maior parte das conexões de IoT não demandam a rede celular, mas sim Wi-Fi ou outros protocolos de comunicação em frequências não-licenciadas; 2) os ganhos de eficiência obtidos em determinadas soluções de IoT podem compensar um custo mais alto com a conexão móvel. "O grande impacto do aumento do Fistel acontecerá no mercado de linhas pré-pagas, não no M2M", prevê.

No presente ano fiscal da Cisco, que se encerra em julho, 20% da receita obtida pelo segmento corporativo na América Latina proveio de projetos envolvendo Internet das Coisas. Os setores que lideraram as adoções foram os de manufatura e de utilities, especialmente na área de energia. "Em manufatura o objetivo tem sido aumentar a eficiência de produção, principalmente em fábricas que possuem robôs. É possível programar a produção através de protocolo IP, além de realizar o monitoramento remoto e a manutenção preventiva das máquinas", relatou Luis Rego, diretor para o mercado corporativo da Cisco para América Latina.