O desenvolvimento de códigos maliciosos (malwares) para dispositivos móveis não se restringe apenas a criminosos interessados em roubar dinheiro das vítimas ou a controlar seus aparelhos remotamente. Ao que parece, a técnica começa a ser adotada para fins de espionagem e sabotagem por governos e por ativistas hackers. O laboratório da Kaspersky, empresa especializada em segurança digital, identificou um malware móvel que tinha como alvo lideranças tibetanas e uigures, dois povos que lutam por autonomia em relação à China.

Pelo rastreamento feito pela Kaspersky, foi constatado que o ataque aconteceu neste mês de março, começando pela invasão da conta de email de uma liderança tibetana. A partir dessa conta, foram enviados emails de phishing para a lista de contatos, tendo como alvo ativistas políticos do Tibete, Mongólia, Uigur e China, e levando em anexo um arquivo APK com um código malicioso voltado para terminais Android. O malware rouba dados privados dos aparelhos, como agenda de contatos e histórico de mensagens, e os remete a um servidor. Segundo comunicado da Kaspersky, sua investigação leva a crer que o ataque "tenha sido desenvolvido por chineses, a julgar pelos comentários nos códigos e certas características do servidor de comando e controle".