A fabricante chinesa ZTE voltou em 2016 ao mercado brasileiro de handsets com um novo portfólio. Ainda construindo seu caminho aos poucos no segmento, a companhia acredita que dentro de um ano deve voltar a estar entre as dez principais do País ao vender 1 milhão de dispositivos em 2017.

“Neste ano ainda não dá para fazer uma estimativa. Mas para o próximo ano já queremos estar com uma fatia de mercado entre 3% e 5%”, disse Lv Mao Liang, diretor de gerenciamento de projetos da ZTE do Brasil da ZTE do Brasil.

Como exemplo, Liang cita o recente sucesso dos smartphones de sua companhia no México, onde consta entre os três principais fabricantes com 20% de market share. Os smartphones da ZTE são produzidos pela Evadin em Manaus e pela Foxconn em Arima, sendo a maioria na Zona Franca. A distribuição fica por conta da Allied.

Atualmente, as vendas da fabricante ficam dividas entre 70% destinadas para o varejo e 30% para as operadoras. Entre elas, TIM, Oi e Claro já fecharam contrato de compra dos smartphones recentemente, informou o CEO da ZTE no Brasil, Eliandro Ávila.

Cautela

O foco inicial da empresa é o mercado de feature phones e smartphones de preço médio – entre R$ 200 e R$ 800 – para em um segundo momento disputar em high-end, como já ocorre em países como China e Estados Unidos. Lv Liang explica ainda que há espaço para empresas crescerem no Brasil com produtos com conectividade 3G, algo esquecido pelas grandes rivais, uma vez que o foco delas passou a ser o 4G.

Ainda assim, a cautela é o principal motivo para não entrar mais profundamente no mercado. Não pelo cenário econômico, algo que ele acredita ter melhora nos próximos seis meses. Mas para não perder espaço como aconteceu com Huawei e Xiaomi, empresas chinesas que não tiveram desenvolvimento no segmento de smartphones.

“Nós estamos indo passo a passo. O mercado (brasileiro) é muito complexo”, completa o executivo chinês. “Queremos evitar problemas. Huawei e Xiaomi foram duas que falharam e saíram do Brasil, por uma série de razões. Mas devem voltar no futuro”.

Construção de marca

De acordo com Claudio Silva, diretor de desenvolvimento de negócios da ZTE do Brasil, a companhia quer desenvolver uma relação com varejistas locais. Ele rechaçou a criação de um e-commerce próprio. “Neste primeiro momento, nós não vamos abrir o nosso próprio canal de vendas”, explicou Silva. “Nós não queremos competir com os nossos parceiros”.

Sobre competição, Silva revela que a estratégia inicial da empresa é evitar brigas com Samsung, LG e Motorola no mercado, pois essas marcas são mais conhecidas pelo público brasileiro. Mas com um trabalho de construção de marca, feito através de plataformas digitais (Facebook, Google, relacionamento com influenciadores, etc.), a ZTE espera disputar com essas companhias dentro dois anos.

“Nós temos um preço atrativo, mas os brasileiros gostam de marca e nós não temos uma marca forte aqui ainda”, completou Liang. “Na China e no México, nós já somos conhecidos. Somos, em média, 30% mais baratos que a Samsung e com isso começamos a tomar o mercado deles nesses países”.

Portfólio em smartphones

A fabricante leva ao mercado um portfólio com cinco smartphones, sendo que um já está disponível nos varejistas por R$ 599, o L5 com conexão 3G. Outros três devem chegar em setembro, L110, por R$ 429; A110, por R$ 549; e A510, por R$ 799. O principal handset da ZTE para o Brasil é o A610, que chega em dezembro por R$ 999 com 2 GB de RAM, quad-core de 1.3 GHz, tela de 5 polegadas, conexão 4G, câmera frontal de 13 MP e frontal de 8 MP.