O Google colaborou para uma movimentação de R$ 215 bilhões na economia brasileira em 2024, um aumento de 15% ante os R$ 188 bilhões de 2023. A informação é de um relatório elaborado pela Access Partnership para a companhia que foi compartilhado por Fabio Coelho, presidente da big tech.
O estudo tem como base dados públicos para avaliar como os principais produtos e serviços do Google (Busca, Ads, AdSense, Play, Cloud e YouTube) impactam o País e considera em sua metodologia: o ROI de anunciantes; o revenue share com editores, desenvolvedores e criadores de conteúdo; e os ganhos de produtividade e economia de custos para empresas brasileiras que usam as soluções da empresa.
“Estamos falando de pequenas empresas que crescem e geram empregos, que se conectam com os consumidores através de anúncios de Google Ads, de desenvolvedores que podem levar os seus aplicativos através da Google Ads e da Play Store para o mundo inteiro”, explicou o executivo durante o Google for Brasil em São Paulo nesta terça-feira, 10.
Recado do Google
Com o movimento de apoio à economia nacional, Coelho disse que o Google ajuda para a construção “de uma sociedade mais conectada e mais eficiente”, algo que passa por uma colaboração com instituições acadêmicas, governamentais em todas as esferas dentro do espaço político e partidário.
“Faço questão de ressaltar isso no ambiente de polarização, como vivemos no Brasil e no mundo, porque, se você quer conversar com todo mundo, se você quer servir todo mundo, você precisa ter a capacidade de ouvir todo mundo. Esse ato de ouvir nem sempre é um ato considerado fácil. Lembre-se que, 25 anos atrás, em outros modelos, a comunicação era praticamente unidirecional”, afirmou.
O presidente da companhia disse ainda que entende que as grandes plataformas da Internet “empoderam pessoas, empresas e entidades” e, portanto, é preciso entender que as plataformas permitem “que diferenças sejam expostas no ambiente público”.
Marco Civil e o Artigo 19
Coincide com a fala de Coelho o julgamento do destino do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (12.965/2014) no Supremo Tribunal Federal (STF). Mais especificamente, os ministros vão decidir a constitucionalidade de dispositivos da Lei sobre as responsabilidades das plataformas no ambiente online.
O STF retomou o julgamento na última quarta-feira, 4, em um voto-vista do ministro André Mendonça que propôs a delimitação dos deveres das plataformas digitais quando o conteúdo gerado pelos usuários for ilícito, ou seja, uma autorregulação ou mecanismos para aferir a responsabilidade.
Com possibilidade de voltar à pauta da Corte na próxima quarta-feira, 11, o julgamento tem os votos divergentes dos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Luiz Fux.
Também coincide com o comentário do presidente do Google a reportagem recente do The Intercept que revelou a participação de funcionários do Google e da Meta em oficinas para o Partido Liberal (PL) sobre como usar inteligência artificial para atrair o interesse de eleitores às suas pautas.
Imagem principal: Fábio Coelho, presidente do Google Brasil (divulgação)