Os CEOs de TIM e Vivo defenderam, durante o Painel Telebrasil 2025, nesta terça-feira, 2, negociações junto às big techs.
Alberto Griselli, presidente da Conexis pelos próximos dois anos e CEO da TIM, destacou que as prioridades para o setor de telecomunicações são tributação, segurança da infraestrutura, espectro e a relação saudável entre as empresas no ambiente digital.
Para o executivo, o crescimento de tráfego é exponencial, “mas a captura do valor se desloca significativamente para fora das redes, para as plataformas OTT [over-the-top]”, ou seja, para empresas de serviços de transmissão de conteúdo como filmes, séries, músicas e transmissões ao vivo, pela internet, como Netflix e Spotify, por exemplo.
“Para reequilibrar esta distorção, é essencial promover uma mesa de negociação entre os atores econômicos, para que eles possam discutir soluções justas”, avaliou.
Griselli destacou que é preciso estabelecer parâmetros para os ganhos entre os atores do setor. “Antes de se definir o ‘fair share’, é necessário evitar a vedação unfair [injusta] de qualquer possível negociação, que hoje só favorece as big techs globais em detrimento das redes nacionais”, completou.
Ele ressaltou também a expansão rápida das redes 5G, pontuando o sucesso do serviço no país, sendo o terceiro 5G mais rápido do mundo. “Saímos do zero para quase 70% de cobertura da população em menos de quatro anos e ultrapassamos as metas previstas pela Anatel para 2026”, afirmou.
Por sua vez, o CEO da Vivo, Christian Gebara, que deixa o comando da Conexis, também destacou a importância do diálogo com as big techs. “Temos que pensar no uso sustentável da rede como responsabilidade de todos os atores.”
Para ele, descarbonização da economia, sustentabilidade, conectividade e digitalização devem andar de mãos dadas para o desenvolvimento digital do país.
O painel ainda contou com a participação dos ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e de Gestão e Inovação, Esther Dweck; o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do Marco da Inteligência Artificial na Câmara; e do senador Eduardo Gomes (PL-TO), relator da matéria no Senado.