| Mobile Time Latinoamérica | O Conselho Superior de Política Fiscal (Confis) da Colômbia aprovou um aval fiscal de 683 bilhões de pesos para o Projeto Estratégico de Fibra Óptica para a Amazônia, que será desenvolvido entre 2026 e 2035 e servirá de base para a adoção de tecnologias 6G e satelitais no país.
O anúncio foi feito pela ministra de TIC, Carina Murcia, a partir de Bruxelas, durante o II Fórum Global Gateway da União Europeia, evento em que acompanha o presidente Gustavo Petro. Em seu discurso, o mandatário destacou a visão de transformar a Amazônia em um corredor global de conhecimento, por meio da infraestrutura digital.
Fibra óptica como base para o salto tecnológico
O projeto busca conectar mais de 227 mil pessoas e 100 mil domicílios nos departamentos de Putumayo e Amazonas, oferecendo acesso a ensino online, telemedicina e serviços digitais. Mas, além da inclusão, essa infraestrutura será a espinha dorsal para o desenvolvimento da tecnologia 6G, que exige redes de alta capacidade e baixa latência.
“Com o Plano de Fibra Óptica para a Amazônia, não apenas conectamos regiões, mas também lançamos as bases para a adoção das tecnologias 6G e a integração científica com o Brasil”, afirmou a ministra Murcia. “A Colômbia deve ser o coração da conectividade mundial e da inovação tecnológica na América Latina.”
Cooperação científica com o Brasil
Paralelamente, a Agência Nacional do Espectro (ANE) da Colômbia e os brasileiros Instituto IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e a empresa Ektrum realizaram uma jornada técnica sobre modelagem e compartilhamento do espectro radioelétrico, utilizando o SHARC, uma ferramenta avançada de simulação desenvolvida pela Anatel.
O encontro teve como foco o uso de tecnologias de simulação para redes móveis internacionais (IMT) e sua convivência com serviços satelitais, plataformas em grande altitude (HAPS) e sistemas ponto a ponto — componentes essenciais para a futura rede 6G.
Esses estudos integram uma aliança estratégica para o desenvolvimento da conectividade satelital e das redes 6G entre Colômbia e Brasil, com o objetivo de fortalecer a soberania tecnológica regional e acelerar a transição para novas formas de comunicação ultrarrápida e sustentável.
A ferramenta SHARC permite avaliar a coexistência entre redes satelitais e redes móveis terrestres em faixas de frequência compartilhadas — um passo fundamental rumo à implementação do modelo Direct-to-Device (D2D), ou conectividade direta entre smartphones e satélites, uma das inovações mais promissoras para reduzir a lacuna digital em áreas rurais e de difícil acesso.