A divisão de negócios corporativos (B2B) da Motorola cresceu 30% nos últimos quatro anos na América Latina, sendo que o Brasil representa 40% do volume com a segunda posição em market share. Os dados foram apresentados pelos executivos da fabricante nesta quarta-feira, 12, em conversa com a imprensa especializada.

Segundo Georgia Sbrana, diretora de vendas da empresa na América Latina, a região já contabiliza 220 grandes clientes para a fabricante. Desses, 100 entraram na carteira entre 2024 e 2025, em especial do varejo, finanças, indústria de manufatura e extrativa (mineração, óleo e gás).

Já utilizam handsets e acessórios da Motorola companhias como: Accenture; Unilever; Cencosul; Itaú Chile; Santander Chile. Ao todo, a companhia tem presença em mais de 11 países da América Latina e Caribe, mas os mais fortes são Brasil e México.

No Brasil, a empresa tem avançado em outra vertical, o agronegócio. Isso acontece muito pela relação que a companhia tem com as operadoras, integradoras e distribuidoras. Especialmente com as telcos, a Motorola leva os handsets como parte dos projetos de conectividade do agronegócio.

A companhia também faz investidas em editais governamentais no Brasil e América Latina. Mas a dinâmica é diferente com a Motorola indo muitas vezes com parceiros – como as operadoras em demandas grandes para levar smartphones e mais serviço de conectividade – e com as integradoras – em pedidas de locais menores, como prefeituras do interior do Brasil.

Motorola

Georgia Sbrana, diretor de vendas B2B da Motorola na América Latina (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Um destaque que Sbrana revelou no setor público foi em segurança pública. A presença da Motorola ganhou espaço com as forças de segurança brasileiras depois de desenvolver um caso de uso construído com a Polícia de Buenos Aires. Neste caso, a polícia argentina adotou os devices para os oficiais de sua corporação. Em contrapartida, a companhia reduziu a sua atuação no segmento de educação, uma vez que este a Lenovo acaba entrando mais com tablets e os smartphones perdem espaço pelo bloqueio do uso de celulares nas escolas brasileiras.

Além do agronegócio e do segmento extrativista, a fabricante mira avançar no segmento de indústria 4.o. Importante adicionar que a fabricante também usufrui canal próprio e do potencial da carteira da Lenovo com mais de 30 mil clientes.

Aproximação do consumidor corporativo

De acordo com Vinicius Costa, diretor de vendas B2B da companhia no Brasil, uma das estratégias que colaboram para o avanço no B2B é levar a mesma experiência do B2C para o corporativo, de modo a tirar o “tecniquês” que tem “mais apelo” na conversa com os líderes empresariais. Ou seja, a estratégia é conversar com o CPF por trás do CNPJ: “Isso abre portas com áreas que antes não conversamos antes no C-Level”.

Vale lembrar, desde o final da última década, a Motorola vem se posicionando no B2C como uma marca de celular não apenas de tecnologia, mas de estilo de vida. Para isso vem construindo parcerias com Pantone, Swarowsky e presença em centros de moda e estilo, como uma loja pop-up no Shopping JK Iguatemi, na F1 e em desfiles de moda. Isso também começa a chegar no B2B, em especial com a oferta de dispositivos mais caros aos executivos do topo, como Razr Ultra 60 e o Edge Fusion 60.

Por outro lado, a estratégia também aborda os devices prontos para qualquer ambiente corporativo, o que engloba resistência (IP68, IP69 e MIL-STD), segurança com Think Shield Mobile e soluções de produtividade e comunicação do (moto safe, mototalk e moto device manager).

Portfólio da Motorola

A companhia tem dispositivos preparados para qualquer ambiente de trabalho (como situações extremas), o Moto G For Business, com capinha, película e alça de pescoço inseridos de fábrica. O portfólio conta atualmente com Moto G05, Moto G35 e Moto G56 For Business, mas deverá ter Moto G06 For Business a partir de dezembro.

O G06 chega para substituir o G05, mas seu lançamento para o B2B foi atrasado devido a um posicionamento estratégico em manter um handset de entrada 4G no rol de produtos corporativos pela demanda das empresas, embora as operadoras querem puxar dispositivos 5G para o setor.

Dito isso, há um processo gradual de mudança com as operadoras estocando modelos do G05 para garantir abastecimento aos clientes até que o G06 for Business ganhe tração. Vale dizer, o G35 e 56 são handsets com conectividade de quinta geração.

Atualmente, 30% dos smartphones da Motorola enviados ao mercado nacional são para o B2B.

 

Foto principal: Georgia Sbrana, diretora de vendas B2B da Motorola na América Latina (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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