O Pix automático, nova funcionalidade que permite a cobrança de serviços recorrentes diretamente na conta bancária do consumidor, desperta mais interesse entre jovens e pessoas das classes D e E, revela pesquisa realizada por Mobile Time e Opinion Box. Outra descoberta: o brasileiro é mais propenso a substituir pelo Pix automático os pagamentos recorrentes no boleto do que aqueles feitos com cartão de crédito.
De acordo com o estudo, 41% dos brasileiros gostariam de trocar o boleto pelo Pix automático para o pagamento de contas recorrentes como luz, gás, Internet, escola etc. E 59% disseram que não trocariam. O enunciado era o seguinte: “Considerando contas que você paga todo mês com boleto (ex: luz, gás, internet, escola, academia, condomínio etc), você gostaria de trocá-las pelo Pix automático, em que a cobrança é feita por cada empresa por Pix diretamente na sua conta bancária, mediante a sua aprovação?”.
A proporção daqueles interessados em substituir o boleto por Pix automático varia bastante quando segmentado por faixa etária. 52% dos jovens de 16 a 29 anos prefeririam pagar por Pix automático do que por boleto. A proporção cai para para 40% na faixa de 30 a 49 anos e desce para 34% no grupo a partir de 50 anos de idade.
Também há diferença significativa no recorte por classe social. 39% dos consumidores das classes A e B gostariam de trocar o boleto pelo Pix automático. Na classe C, são 36%. O maior percentual foi verificado entre os brasileiros de menor renda, das classes D e E: 46% trocariam boletos por Pix automático.
Na comparação por gênero, a diferença é pequena: os homens (43%) são um pouco mais propensos a trocar que as mulheres (39%).

Cartão de crédito X Pix automático
A mesma pergunta foi feita para medir o interesse em trocar pagamentos recorrentes com cartão de crédito por Pix automático: “Considerando contas que você paga todo mês no cartão de crédito (ex: serviços de streaming e outras assinaturas variadas), você gostaria de trocá-las pelo Pix automático, em que a cobrança é feita por cada empresa por Pix diretamente na sua conta bancária, mediante a sua aprovação?”.
Neste caso, o interesse do brasileiro pela troca é menor: 36%. Mais uma vez, são os jovens de 16 a 29 anos os mais propensos a trocar (49%), ante os grupos de 30 a 49 anos (36%) e aqueles com 50 anos ou mais (27%). E, de novo, as classes D e E (42%) superam as classes A e B (30%) e C (31%) na proporção de interessados em substituir pagamentos recorrentes no cartão de crédito por Pix automático. Não há diferença significativa na comparação por gênero.

Análise
Os segmentos que demonstram maior interesse em adotar o Pix automático são também aqueles com menor penetração de pagamentos recorrentes e menor penetração de cartão de crédito: jovens e pessoas de baixa renda. Ao mesmo tempo, esses segmentos estão entre os que mais usam o Pix no dia a dia, seja pela familiaridade no uso da tecnologia (jovens), seja pela falta de cartão de crédito (baixa renda).
O resultado da pesquisa demonstra também que o cartão de crédito está mais bem protegido contra a chegada do Pix automático, provavelmente por causa dos benefícios atrelados ao seu uso, como cashback e milhas, ou por causa da facilidade na gestão de gastos.
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 27 de novembro, online, com 2.309 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções por gênero, idade, renda familiar mensal e distribuição pelas regiões do Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Os dados fazem parte do relatório anual Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre comércio e pagamentos móveis, que será lançado em breve.
A imagem no alto foi produzida por Mobile Time com IA

