Uma das questões mais discutidas recentemente tem sido o crescimento dos aplicativos móveis e a disputa com os sites móveis pela preferência do consumidor. A mídia especializada e fornecedores de plataforma sinalizam com a tendência dos usuários optarem pelo uso de aplicativos ou de sites móveis.

Bem, de acordo com o relatório da Comscore de 2010 os consumidores estão claramente utilizando as duas coisas: “as duas atividades não são mutuamente exclusivas. Nos EUA, 82% dos usuários que usam aplicativos móveis também utilizam mobile browser, enquanto que 78% dos usuários de browser também utilizam aplicativos. Apenas 6% dos usuários de aplicativos não utilizam seu browser, enquanto que 8% dos usuários de mobile browser não utilizam aplicativos. Na Europa, 71% dos usuários de mobile browser também usam aplicativos móveis, enquanto que 73% dos usuários de aplicativos também usam seu browser. Apenas 7% dos usuários de aplicativos na Europa não utilizam mobile browser, enquanto 8% dos usuários de browser não utilizam aplicativos. Ao invés da pergunta 'aplicativos’ ou ‘mobile browser’, o consumidor está ansioso para utilizar tanto um quanto o outro.”

Este comportamento é reflexo de um contexto no qual a experiência do conteúdo está se diversificando. Se antes a navegacão na Web ocorria unicamente através do computador, agora o conteúdo pode ser acessado por muitos lugares: mobile apps, touch websites, smart TV apps e social apps. É a fragmentação do conteúdo em muitos novos tipos de diferentes experiências de acesso e interação com o público, onde o consumidor migra seu acesso à Web do PC para o terminal conectado.

Mas toda esta fragmentação traz alguns problemas. Não haverá apenas muitos tipos diferentes de aplicativos móveis para construir e manter, mas cada tipo de aplicativo precisará ser desdobrado para diferentes tipos de plataformas ou sistemas operacionais. O que elevará o custo de estar presente em todas essas plataformas.

Essa nova realidade incentivará provedores de conteúdo e serviços a priorizar e construir estratégias mobile a partir do impacto que esse novo modelo de desenvolvimento, implantação e manutenção trará para o seu negócio

Toda empresa deveria pensar a estratégia móvel do seu negócio considerando:

  • iOS e Android Apps – Se você quiser beneficiar-se da estrutura de marketing, distribuição e geração de receita da Apple, você precisa participar do ecossistema Apple iTunes. Para isso você precisa de desenvolver aplicativos que agreguem valor para o consumidor e que possam oferecer espaços de publicidade e/ou modelos de cobrança associados à oferta de conteúdo. Implementar uma estratégia baseada em mobile apps não se tornará mais fácil nos próximos anos. Isso porque haverá uma expansão cada vez maior de plataformas proprietárias que não conversarão entre si e aumentará proliferação de variados tipos de aparelhos conectados (a exemplo do que já vivemos com o iPhone, iPad, TVs conectadas, Tablets, PCs, etc).
  • Geração de Receita Baseada em Apps – A proliferação de aparelhos conectados parece estar virando a cabeça de muitos provedores de conteúdos e serviços. A experiência pessoal do consumidor com aplicativos em dispositivos móveis demonstrou um potencial de escala de receita que ninguém antes havia imaginado. Pagar pelo conteúdo e serviços de aplicativos é instantâneo, íntimo e conveniente.
  • Mobile Web – Por muito tempo, mobile web era sinônimo de WAP ou de versões bem leves de sites em HTML, daqueles que você conseguia visualizar num BlackBerry. Isso agora significa Touch Websites, uma forma de navegação com usabilidade e recursos otimizados para smartphones e tablets. Todo o crescimento do uso da mobile web é proveniente de Touch Websites. E, neste cenário, o HTML 5 parece emergir como a única plataforma unificada capaz de lidar com aplicações de conteúdo para essas plataformas.

Em resumo, mais do que nunca vivemos o Big Bang do mercado mobile onde novas tecnologias, novos aparelhos e novos modelos de negócios surgem e consolidam-se. Nesse contexto, a discussão sobre a disputa entre mobile web e mobile app torna-se cada vez mais superada – ambas são importantes, não excludentes e podem compor um portfólio de serviços complementares. E o que prevalece e norteia o que está por vir é a compreensão que devemos ter sobre o comportamento desse novo consumidor mobile e como podemos nos antecipar para oferecer experiências e novos pontos de contato que gerem proximidade, engajamento e facilidade de uso.