João Carvalho é coautor do eBook “Location-Based Marketing”, do IAB

Não é novidade que o crescente número da base de smartphones no Brasil e no mundo, e o avanço das tecnologias embarcadas nesses aparelhos, vem criando novas oportunidades de negócios.

Umas das funcionalidades que hoje se mostra quase que essencial à qualquer smartphone é a geolocalização. Sem ela não é possível encontrar um restaurante nas proximidades ou pedir um táxi, por exemplo. Desta forma, houve não apenas o crescimento da base de usuários com aparelhos que possuem essa tecnologia como também o hábito de deixar esse serviço sempre habilitado, o que, como veremos a seguir, abre um mar de oportunidades em muitos negócios.

Hoje em dia, diversas operadoras, fabricantes de devices ou aplicativos já buscam o opt-in de seus usuários para capturar informações sobre sua geolocalização no momento em que eles usam os serviços e até quando o celular não está necessariamente sendo utilizado (o que chamamos de atualização background). Alguns aplicativos necessitam fazer essa coleta de dados para melhor prestarem seus serviços.

Se de um lado as informações coletadas facilitam a vida dos usuários – ao conhecer os hábitos e a localização dos donos dos smartphones, aplicativos e marcas podem atuar como uma espécie de concierge –, por outro lado, criam uma enorme fonte de informação para empresas.

Os primeiros players a entrar nesse mercado foram as empresas de publicidade digital, que por meio da análise da movimentação das pessoas conseguem segmentar melhor as audiências, bem como mensurar os resultados de uma forma mais realista. Por exemplo: uma montadora de carros pode utilizar as informações de geolocalização para segmentar pessoas que visitaram concessionárias concorrentes e, diante disso, criar uma mídia direcionada para depois mensurar se essas pessoas visitaram ou não o seu ponto de venda após terem sido impactadas por uma campanha.

Hoje vemos que o movimento de estudar o comportamento dos usuários por meio de geolocalização está extrapolando o mercado publicitário. Porém, muitas empresas ainda não sabem como utilizar a geolocalização para beneficiar seus negócios. No mercado financeiro, por exemplo, um banco pode usar esse tipo de informação para prevenir fraudes – confirmando o endereço da pessoa ou então se ela está mesmo no local onde está realizando uma compra – e melhorar a análise de crédito, entendendo o perfil de renda do usuário. Ou, ainda, seguradoras podem entender os locais frequentados pelos usuários para cálculo de risco e sinistro e otimizar apólices, assim como as empresas de varejo têm a possibilidade de entender a movimentação das pessoas para melhorar a localização de lojas e pop-up stores, e assim por diante.