Estamos novamente naquela época do ano em que analistas, jornalistas e blogueiros começam a escrever algo sobre o que aprendemos em 2012 ou sobre quais serão suas previsões para 2013.

Eu amo esses artigos, eles lembram Nostradamus, algumas pessoas acertam muito, enquanto outras se ridicularizam. Claro que o que acontecerá de fato e o que não passará nem perto do que foi previsto só virá à tona no próximo ano, nesta mesma época.

O tema que irá prevalecer nos meus posts é o fato de ser impossível saber o que o futuro nos reserva, especialmente na área da mobilidade. O ritmo das mudanças é tão alto que mesmo acompanhá-lo está se tornando um problema. Foi por isso que eu decidi que esse ano eu não farei nenhuma previsão. Eu li vários trabalhos de colegas blogueiros e optei por discutir as previsões que parecem combinar com os pedidos, questões e situações que ouço quando falo com clientes, prospects e parceiros. Essas tendências, ou previsões caso você queira chamá-las assim, são o assunto deste post, que realça as implicações que nós temos no mundo da mobilidade empresarial.

Context is king

Já comentei sobre isso antes, então serei breve, mas o contexto precisa ser visto com grande importância em qualquer estratégia móvel. O que tentamos passar é que não é preciso se forçar a tomar uma decisão entre tablets e smartphones. As empresas deveriam escolher um dispositivo correto para cada tipo de trabalho. No entanto, é certo que quando o dispositivo correto é escolhido, as aplicações criadas são de acordo com o contexto em que elas serão usadas. Este, por sua vez, afeta a maneira de como qualquer aplicação deve ser feita. Os desenvolvedores precisam criar a funcionalidade da aplicação em torno de sua utilização. Por exemplo, com um tablet, o usuário utiliza as duas mãos, enquanto que em um smartphone, tudo precisa ser feito com apenas uma mão ou até mesmo um dedo.

Não iremos ter embutido em nosso smartphone, a nossa carteira? Ainda não?

A grande maioria das principais empresas está voltando suas atenções ao m-Commerce (o Paypal lançou recentemente sua solução, o Google possui o Google Wallet, e a At&T, Verizon e T-Mobile oferecem o Isis Mobile Wallet). Agora no Reino Unido, o comércio móvel é visto como algo novo disponível apenas em alguns varejistas, mas a combinação do anúncio do PayPal e o envolvimento das grandes empresas sugerem que o comércio móvel está crescendo e é algo que precisará ser incluído em uma estratégia móvel, mais cedo ou mais tarde.

Os smartphones irão ultrapassar os PCs

As vendas de PCs no mercado estão caindo já há um tempo, enquanto a captação de smartphones e tablets cresce absurdamente. Estamos em uma era em que ligar um notebook em busca de informações acaba sendo uma tarefa maçante. É mais rápido e agradável usar o smartphone ou tablet. Isso significa que se você não possui uma estratégia móvel neste momento, é melhor você criar uma e rápido, se não quiser ficar para trás. Seja você é uma empresa ou um ISV, a mobilidade é algo que você precisa dar atenção o quanto antes.

Usuários móveis de negócios continuarão a diversificar seus sistemas operacionais móveis

Isso é uma consequência inevitável da velocidade das mudanças e da incerteza que existe no mundo da mobilidade empresarial. Até parece impossível saber qual plataforma escolher e qual será a “referência” no futuro. Com as atualizações constantes do Android e Apple e com o lançamento do Windows 8, as empresas acabam não sabendo qual caminho seguir e assim segue a diversificação.

App stores empresariais (ou apps empresariais para download) irão se destacar mais em 2013

O recente lançamento da app store do Google para empresas indica que esse é um novo campo de batalha para as líderes do mercado móvel. A decisão das gigantes em abrir uma app store privada para aplicações empresariais mostra uma inclinação obvia em aumentar sua participação de mercado, ganhando a atenção e o coração do mercado corporativo.

Nós começaremos a ver mais aplicações sendo feitas primeiramente para dispositivos móveis

Algo que está ficando cada vez mais popular é o fato de algumas empresas estarem se intitulando “mobile first”, e como os dispositivos móveis estão se tornando a maior fonte de receita para desenvolvedores de aplicações, parece lógico nossa vontade em ver essa tendência de desenvolver primeiramente para dispositivos móveis, crescendo ainda mais. Essa estratégia requer uma nova abordagem de planejamento e desenvolvimento de aplicação, e ela nos dirá que os fatores como contexto irão se tornar cada vez mais importantes na otimização da experiência para usuários móveis.

Bem, acabamos de ver um artigo de profecias que acabou não tendo nenhuma. Nenhum de nós possui uma bola de cristal. Se possuíssemos uma, ficaríamos incrivelmente ricos, mas o que temos é o bom senso de detectar uma tendência, e depois de tê-la detectado, o desafio é decidir se ela afetará você ou sua empresa. As tendências acima parecem ser as mais relevantes no momento, mas quem pode dizer quais delas continuarão sendo discutidas no próximo ano? O que nós realmente sabemos é que seja qual for o dispositivo móvel que os consumidores estiverem usando, as soluções móveis devem ser blindadas contra qualquer tipo de queda, e devem ser privilegiadas o bastante para tirar vantagem de todos os benefícios.